Notícias

Malha viária ruim no Brasil aumenta despesas com veículos em 30,9%

Malha viária ruim no Brasil aumenta despesas com veículos em 30,9%

Para recuperar as rodovias no Brasil, com ações emergenciais, de manutenção e de reconstrução, seriam necessários R$ 62,9 bilhões

As rodovias ruins – e que pioraram nos últimos dois anos – têm um sinônimo para os motoristas brasileiros: prejuízo. De acordo com pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgada nesta quinta-feira (1º/12), 61,8% das pistas federais e estaduais são consideradas regulares, ruins ou péssimas. Esse estado de conservação das vias, apontado pelos especialistas, aumenta em média 30,9% o custo dos usuários com manutenção dos veículos.

Segundo aponta a 24ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias, divulgada pela Confederação Nacional do Transporte e pelo Sest/Senat, os condutores que rodam nos pavimentos deficientes têm mais gastos com despesas de manutenção do veículo e maior demanda do motor e de consumo de combustíveis por quilômetro rodado, entre outras despesas.

Quando se trata dos condutores que rodam em rodovias públicas (73% das quais mostraram irregularidades), o acréscimo estimado é de 35,2% nos custos operacionais. Nas rodovias privadas por concessão (44,3% com algum tipo de irregularidade), o aumento dos custos operacionais é calculado em 16%.

Entre as 61,8% das rodovias em situação regular, ruim ou péssima, 91% são públicas. O ponto mais criticado é o traçado da via, ou seja, curvas perigosas, vias simples que acabam gerando acidentes em ultrapassagens. No quesito geometria, 62,1% das vias têm algum tipo de problema. A sinalização também é ruim. Pela pesquisa, 58,9% das placas, faixas, sinais são considerados regulares, ruins ou péssimas.

Quando se trata do asfalto em si, 52,2% da extensão analisada tem problemas; 47,8% está em condição satisfatória; e 0,5% está com o pavimento totalmente destruído.

Para recuperar as rodovias no Brasil, com ações emergenciais, de manutenção e de reconstrução, seriam necessários R$ 62,9 bilhões em investimentos.

Para toda a extensão pesquisada pela CNT –109.103 quilômetros de rodovias pavimentadas federais e estaduais –, seriam necessários R$ 62,9 bilhões para a reconstrução de 554 quilômetros que estão com a superfície destruída e para a restauração de 41.039 quilômetros nos quais se identificam trincas, buracos, ondulações, remendos e afundamentos.

Para os trechos desgastados (51.118 quilômetros), o custo estimado para manutenção é de R$ 19,6 bilhões.

Falta de recursos

Ao contrário do volume indicado de investimento, a pesquisa da CNT aponta que a verba aplicada nas rodovias tem diminuído ao longo dos anos. A qualidade da sinalização das rodovias mantidas pela União em 2021, por exemplo, voltou ao mesmo nível de problemas que tinha em 2014. Hoje, 64,7% da extensão tem irregularidades – em 2014, eram 63,1%.

Se forem comparadas as verbas aplicadas nas vias públicas e privadas também há diferente. O investimento médio, entre 2016 e 2020, foi de R$ 7,16 bilhões por parte das concessionárias e de R$ 8,90 bilhões pelo governo federal.

Ao se ponderar esses valores pela extensão da malha pavimentada gerida, o cenário se inverte. O investimento por quilômetro privado é superior ao público federal. A média investida nas vias de concessão foi de R$ 381,04 mil, contra cerca de R$ 162,92 mil nas rodovias federais sob gestão pública.

Para 2021, considerando que todo o investimento autorizado no orçamento federal seja executado, o montante de recursos para obras em rodovias será de R$ 5,80 bilhões, o que implica um gasto médio de R$ 108,97 mil por quilômetro. Assim, em ambos os casos, os valores para rodovias públicas federais estão abaixo das suas respectivas médias nesse período.

 

Nós respeitamos sua privacidade. Utilizamos cookies para coletar estatísticas de visitas para melhorar sua experiência de navegação. Saiba mais em nossa política de privacidade.

Li e Concordo