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Em um ano, aumento no preço do diesel superou reajustes no piso mínimo do frete de carga

Em um ano, aumento no preço do diesel superou reajustes no piso mínimo do frete de carga

Em uma tabela da Agência Nacional de Transporte Terrestres (ANTT) de julho de 2021, o preço mínimo para o frete de carga geral, para caminhões de dois eixos (o menor tamanho do mercado), era de R$ 2,25 por quilometro.

Já na última atualização, em março deste ano, esse valor passou para R$ 2,92.

Na última sexta-feira (17), a Petrobras informou um novo reajuste de 14% no preço do diesel para as distribuidoras.

Entretanto, o aumento equivalente a R$ 0,63 ainda não chegou aos postos de combustíveis, e não foi registrado pela ANP.

A tabela de um preço mínimo para o frete no Brasil foi uma reivindicação dos caminhoneiros na greve da categoria em 2018, durante o governo Michel Temer.

Na época, o governo determinou que a cada seis meses o piso do frete seria atualizado, e variação no preço do serviço seria feito com base em critérios como o tipo de carga, a distância percorrida e a depreciação do equipamento, por exemplo.

Entretanto, a ANTT mudou os parâmetros que definiriam o reajuste, e decidiram que a atualização e o percentual do aumento no preço do frete seriam definidos através do preço médio do diesel S-10.

Se o combustível tivesse um aumento de 10% nos postos de combustíveis, a tabela será atualizada, sem um intervalo de tempo.

Em maio deste ano, o presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionou a Medida Provisória 1117/2022 que baixou o valor de gatilho para 5%.

Em nota enviada à CNN, a Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Carga Geral do Rio de Janeiro (Fecam-RJ) afirma que a política do Piso Mínimo de Frete foi uma conquista da categoria, apoiada pela população após as paralisações de 2018.

Entretanto, a entidade critica as alterações feitas na legislação e os aumentos no preço do diesel.

“Os caminhoneiros autônomos estão mergulhados na crise. É pura insegurança. Quem é contratado para um frete do Nordeste para São Paulo corre o risco de pagar os custos do próprio bolso devido aos sucessivos aumentos do diesel. Como se não bastasse, boa parte das empresas insistem em desrespeitar a lei ante a certeza da impunidade. Não há fiscalização nas estradas”, afirmam em nota.

A Fecam-RJ destaca ainda que a defasagem do valor do frete vem obrigando a categoria a submeter-se a jornadas exaustivas e a outros perigos. “Se nada for feito, o Brasil vai parar outra vez.”, completa o posicionamento.

CNN questionou a ANTT sobre as disparidades nos reajustes do piso mínimo do frete e o aumento no preço do diesel.

Em nota, a Agência informou que “vai apurar o resultado na bomba, após a divulgação do boletim da ANP e vai promover os reajustes necessários de acordo com o decreto do Governo Federal e a Medida Provisória 1117/2022.

Fonte: SETCESP

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