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ES e BR-101: o “agora vai” se transformou em decepção

ES e BR-101: o “agora vai” se transformou em decepção

Artigo assinado pelo presidente do Transcares, Luiz Alberto Teixeira

Este é um assunto que não permite rodeios nem escolha de palavras bonitas. Os empresários do segmento do transporte rodoviário de cargas e logística estão decepcionados e se sentindo traídos pela decisão da Eco101 de desistir da concessão da BR-101 aqui no Espírito Santo e na Bahia. Colocamos nossas esperanças nessa duplicação. Sonhamos com ela por anos a fio. Acreditamos no “agora vai!”. Mas nadamos e morremos na praia.

Vou além! Entendo essa notícia como um enorme retrocesso da vida dos capixabas. Afinal, estamos falando do grande eixo de ligação entre norte e sul do Espírito Santo; do elo de ligação entre as principais cidades litorâneas; da rodovia federal que alimenta o fluxo das cidades com maiores PIBs do País.  Uma BR fundamental não apenas para o nosso Estado, mas para o Brasil!

O olhando para o retrovisor da concessão, ouso dar uma opinião: apesar do recapeamento e do nivelamento de 100% da rodovia, das pontes, viadutos e passarelas de pedestres construídas, ficou o sentimento de que faltou muita coisa.

A Eco101 assumiu os 478,7 quilômetros da BR-101, entre Mucuri, no Sul da Bahia, e a divisa do Espírito Santo com o Rio, em 2013 e o contrato previa a duplicação de toda a via até o fim da concessão, que era de 25 anos. Portanto, deveria acabar em 2038. Mas passados nove anos de administração, apenas 47km da pista foram duplicados – ou seja, 10%. É pouco! Até porque as sete praças de pedágio instaladas ao longo da rodovia estavam gerando os recursos necessários para o trabalho fosse feito.

Não é segredo para ninguém o quanto nós, do segmento do transporte rodoviário de cargas e logística, dependemos da BR 101. Mas a questão não é só essa, não estou apenas “olhando para nosso umbigo”. Estamos falando da perda do contrato de concessão para um Estado de posição geográfica fantástica, com excelente vocação logística e cujo modal portuário está em movimentação. E na contramão deste cenário, temos uma malha rodoviária estagnada.

Falamos tanto da necessidade de desenvolver o segmento e de aumentar nossa produtividade. Ouvimos tanto que somos representantes do modal que move o País. Mas sem infraestrutura vamos continuar apenas falando ou ouvindo.

Uma história acabou, sem final feliz. E vai começar tudo de novo! Infelizmente!

Texto publicado originalmente no Linkedin

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