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Na Blue Zone, Sistema Transporte participa de painel sobre infraestrutura resiliente
Debate realizado no Pavilhão Brasil, da Blue Zone, contou com a participação do presidente do Sistema Transporte
O Sistema Transporte marcou presença, nesta segunda-feira (10), em um importante painel sobre infraestrutura resiliente, realizado no Pavilhão Brasil, na Blue Zone, o espaço oficial de negociações da COP30, em Belém (PA).
Cada vez mais frequentes, os eventos climáticos extremos têm colocado à prova a infraestrutura de transporte no Brasil, gerando prejuízos econômicos e riscos à população. Diante desse cenário, o Sistema Transporte vem promovendo o diálogo com o poder público e o setor privado para que os investimentos no setor de transporte considerem a resiliência como um eixo estratégico.
As enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em 2024 foram citadas pelo presidente do Sistema Transporte, Vander Costa, como um divisor de águas nessa agenda. “O Aeroporto Salgado Filho (em Porto Alegre) ficou inoperante por cinco meses, devido à devastação. Somado a isso, ficamos com as rodovias em estado precário, o que resultou em um isolamento logístico significativo para as cidades da região”, ressaltou.
Moderadora do painel, a diretora executiva da CNT, Fernanda Rezende, destacou que o Brasil já começa a avançar nessa pauta. Ela lembrou a Portaria MT nº 622/2024, que destina parte dos recursos das concessões rodoviárias a medidas de adaptação voltadas à infraestrutura resiliente.
“Tanto o poder público quanto o setor privado precisam pensar no desenvolvimento de infraestruturas resilientes. Em geral, o país ainda carece de infraestrutura de transporte, seja ela rodoviária, ferroviária, hidroviária e aeroportuária. Portanto, quando se for pensar em novos projetos, que eles já venham com essa orientação pela resiliência”, afirmou.
O CEO da MoveInfra, Ronei Glanzmann, ressaltou que o conceito de resiliência impõe novos desafios aos investidores, já que esse tipo de infraestrutura tem custos mais elevados do que os modelos tradicionais. Ele também alertou para a necessidade de revisão nas apólices de seguros, a fim de contemplar riscos climáticos cada vez mais recorrentes. “Nesse caso, não há de se falar em reconstrução de uma infraestrutura colapsada. Será preciso construir outra infraestrutura, em outro nível, superando as fragilidades anteriores”, detalhou.
O painel contou ainda com a participação de Ramesh Subramaniam, diretor global de Programas e Estratégia da CDRI (Coalizão para Infraestruturas Resilientes a Desastres), e de Daniel Bertolini, diretor da Transportes Bertolini e vice-presidente da Fetramaz (Federação das Empresas de Logística e Transportes da Amazônia). Bertolini destacou os desafios do transporte hidroviário na Amazônia, que sofre grandes impactos com as secas sazonais, afetando a conectividade e o abastecimento na região.
CNT lançará estudo sobre o tema
Durante a COP30, na próxima sexta-feira (14), a Confederação lançará a Sondagem CNT de Resiliência Climática do Setor de Transporte, que trará uma análise inédita sobre os impactos dos eventos extremos na operação das empresas de transporte e as estratégias adotadas para adaptação e mitigação dos riscos climáticos.
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Por Agência CNT Transporte Atual