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Jornada de Trabalho: o assunto não é novo, mas Transcares inova com curso dividido em parte teórica e prática

Notícias 25 de agosto de 2022

Jornada de trabalho do motorista profissional é um assunto recorrente no Transcares. Pelo menos uma vez por ano, o tema ganha espaço no calendário de cursos do sindicato. Este mês, teve treinamento mais uma vez. Mas a equipe inovou e além do tradicional módulo teórico, ministrado pela assessora jurídica Alessandra Lamberti, teve uma parte prática, com o gestor da PHT Transportes, Filipe Côrtes. A primeira etapa da capacitação, que reuniu mais de 40 profissionais do segmento de transporte de cargas e logística, foi realizada dia 17 e a segunda no dia 24.

No primeiro dia, Alessandra Lamberti analisou com a turma as alterações trazidas pela Lei 13.103/2015 – primeiro quanto às mudanças no Código de Trânsito e como isso interfere na relação de emprego, considerando que independentemente da condição de contratação do motorista, a regra do descanso para o tempo de direção deve ser respeitada por qualquer condutor profissional.

“Depois analisamos as alterações que interferem diretamente na relação de emprego, principalmente quanto à aplicação da lei, conceitos de jornada de trabalho e de tempo de direção, formas e meios de controle de jornada de trabalho e o ônus do empregador quanto ao respeito aos limites trazidos na lei, os princípios que norteiam a relação para validade do tipo de controle escolhido e como a Justiça do Trabalho tem se posicionado quanto a isso, e também os limites legais da jornada, fazendo considerações sobre jornada flexível, limites diário, intervalos intrajornada e entrejornada, tempo de espera e descanso semanal, horas extras, prorrogação e compensação de jornada (banco de horas)”, enumerou a advogada.

O segundo e último dia do curso começaria direto com Filipe. No entanto, Alessandra Lamberti precisou entrar em cena para falar sobre o julgamento da ADI 5322 pelo STF. Trata-se de Ação Direta de Inconstitucionalidade, promovida pela CNTTT (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte Terrestre), em face das leis federais 12.619, de 30 de abril de 2012, e 13.103, de 2 de março de 2015, que regulamentaram o exercício da profissão de motorista e alteraram normas da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.

“Precisei destacar que apesar de compreendermos o que a lei nos obriga, tudo pode mudar com o julgamento da ADI 5322. O julgamento foi interrompido com pedido de vistas, mas já há voto apontando para o conhecimento parcial da ação direta e, na parte conhecida, julgando parcialmente procedente, para declarar como inconstitucionais alguns pontos importantes da lei do motorista”.

“Que notícia ruim a Alessandra nos trouxe! Mais uma prova de que precisamos estar sempre atualizados a respeito de tudo o que tem a ver com legislação”, destacou o diretor da Via Cargas, Diego Callegari.

A empresa acaba de se associar ao Transcares e os planos de Diego incluem participação ainda mais efetiva nos treinamentos. “Já fiz vários cursos, acompanho o site do sindicato e a partir de agora vou acompanhar ainda mais! Estou aqui justamente para me atualizar acerca do tema”.

Apesar do susto que os participantes levaram com a notícia sobre a ADI 5322, eles aproveitaram o conhecimento prático levado por Filipe. Conhecimento, aliás, que fez toda a diferença, tanto na opinião dos instrutores quanto na dos alunos.

“O módulo prático nos ajuda a absorver e entender ainda mais sobre o tema”, resumiu a Analista de Recursos Humanos da Pedra Branca Transportes, Jucimara Sírtoli, que fez o treinamento com a assistente administrativo da empresa, Aline Duarte Vieira. As duas foram contratadas em outubro do ano passado e este foi o primeiro curso de jornada de trabalho que fizeram.

“Desde que entramos, já fizemos outros treinamentos aqui no Transcares. Mas deste tema é o primeiro e está sendo muito proveitoso porque jornada de trabalho traz consigo um leque de outros assuntos”, argumenta Jucimara.

Na opinião da assessora jurídica, não há dúvidas de que o segundo módulo foi a menina dos olhos deste curso.

“Fez toda diferença para os participantes, pois após compreenderem a obrigação legal, partiram para a prática e diante de casos concretos, realizaram ali mesmo o registro da jornada”, destacou Alessandra, lembrando que ele e Filipe ofereceram modelos de controle de jornada, com planilhas preenchidas e prontas para serem usadas, e de contrato de trabalho, indicaram treinamentos para os motoristas e sistemas de rastreamento, com apontamento dos prós e contras para cada modalidade de controle, e ainda fizeram um grupo por aplicativo móvel para deliberarem sobre dúvidas de interpretação do que eles aprenderam e também para levar ao conhecimento da turma o resultado da ADI.

Ainda sobre a experiência inédita do curso unindo teoria e prática, Filipe completou. “Foi uma oportunidade excelente poder compartilhar as boas práticas que temos na PHT. Dividi com eles as dúvidas e dificuldades mais relevantes que tivemos. É claro que o dia a dia vem trazendo novas dúvidas e dificuldades, contudo estamos percebendo que o controle é uma estratégia de negócio de cada empresa. Gostei muito! A turma ajudou, foi enriquecedor e espero que tenhamos mais oportunidades como esta”.

Fonte: Assessoria de Comunicação TRANSCARES

ANTT aprova reajuste dos valores da tabela de pisos mínimos de frete

Notícias 24 de agosto de 2022

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou na terça-feira (23/8), a Portaria nº 214/2022, com os novos valores de pisos mínimos de frete do transporte rodoviário de cargas, considerando a variação no preço do óleo diesel no mercado nacional superior a 5% (cinco por cento) em relação ao preço considerado na planilha de cálculos da Política Nacional de Pisos Mínimos de Frete (PNPM).

Em 19/8/2022, a ANP divulgou a última atualização semanal da pesquisa de preços do Diesel S10 ao consumidor, cujo valor foi de R$ 7,13 por litro como preço médio do Brasil (período de 14/8/2022 a 20/8/2022), o que resultou em um percentual de variação acumulado, desde a publicação da Resolução ANTT nº 5.949/2021, de -5,94%.

O reajuste é previsto no § 3º do art. 5º da Lei nº 13.703/2018: “Sempre que ocorrer oscilação no preço do óleo diesel no mercado nacional superior a 5% (cinco por cento) em relação ao preço considerado na planilha de cálculos de que trata o caput deste artigo, para mais ou para menos, nova norma com pisos mínimos deverá ser publicada pela ANTT, considerando a variação no preço do combustível”. O percentual foi alterado pela Medida Provisória nº 1.117/2022.

Nesse sentido, a Resolução ANTT nº 5.867/2020, alterada pela Resolução nº 5.949/2021, estabelece as regras gerais, a metodologia e os coeficientes dos pisos mínimos, referentes ao quilômetro rodado na realização do serviço de transporte rodoviário remunerado de cargas, por eixo carregado. A norma utiliza, como preço de mercado, o valor do óleo diesel S10 apurado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), autarquia legalmente competente para realizar o acompanhamento de preço de combustíveis no Brasil.

Histórico

A Lei nº 13.703, de 8 de agosto de 2018, que instituiu a Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas (PNPM-TRC), determinou que compete à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicar norma com os pisos mínimos referentes ao quilômetro rodado na realização de fretes, por eixo carregado, consideradas as distâncias e as especificidades das cargas definidas no art. 3º da Lei.

O parágrafo 1º do artigo 5º da Lei nº 13.703/2018 estabelece que a ANTT deverá publicar nova tabela com os coeficientes de pisos mínimos atualizados, até os dias 20 de janeiro e 20 de julho de cada ano, estando tais valores válidos para o semestre em que a norma for editada. Por sua vez, o parágrafo 2º do artigo 5º estabelece que na hipótese de a norma não ser publicada nos prazos estabelecidos no § 1º, os valores anteriores permanecerão válidos, atualizados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ou por outro que o substitua, no período acumulado.

Fonte: ANTT Piso

B3 quer criar regras de inclusão de minorias em conselhos de empresas

Notícias 24 de agosto de 2022

Uma proposta em discussão pela B3, operadora da bolsa de valores do Brasil, quer estabelecer regras para aumentar a diversidade de gênero e de representatividade em cargos de alta liderança nas empresas brasileiras.

A proposta foi colocada em audiência pública na semana passada e pretende fazer com que as companhias listadas na B3 elejam ao menos uma mulher e um integrante de um grupo minorizado para exercer um cargo no conselho de administração ou na diretoria estatutária. Como integrantes desse grupo minorizado, a B3 listou pessoas pretas ou pardas, integrantes da comunidade LGBTQIA+ ou pessoas com deficiência.

Até o dia 16 de setembro, a B3 receberá contribuições da sociedade para o estabelecimento dessas regras por meio do e-mail da entidade. A previsão é de que o texto final, já com as regras determinadas, possa entrar em vigor no ano que vem.

Segundo a B3, a proposta prevê que as companhias que não conseguirem avançar nessa ação terão que indicar ao mercado e aos investidores em geral os motivos que inviabilizaram essas regras, em um mecanismo conhecido como ‘pratique ou explique’. As empresas teriam até 2 anos, após a norma entrar em vigor, para se adequarem às regras. Ou seja, até 2025 elas precisam comprovar a eleição do primeiro membro ou apresentar justificativas para o não cumprimento da medida.

Das 423 companhias listadas atualmente na B3, cerca de 60% não têm nenhuma mulher entre seus diretores estatutários e 37% não têm nenhuma mulher em seu conselho de administração. Ainda não há dados sobre raça e etnia, mas um levantamento feito com 73 companhias mostrou que 79% delas responderam ter até 11% de pessoas negras em cargos de diretoria.

Fonte: EBC

Vendas no pós-pandemia foram mais intensas na Região Norte

Notícias 24 de agosto de 2022

Os estados da Região Norte estão entre as unidades da federação que responderam nos últimos meses, de forma mais intensa, pela aceleração do ritmo de recuperação do volume de vendas no varejo pós-pandemia. Foi o que apontou um levantamento realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), com base no cruzamento de dados públicos de diversas fontes.

Conforme o estudo, cinco das sete unidades da federação que compõem a região avançaram acima da média nacional, que ficou em 1,6%. A pesquisa mostrou que os primeiros no ranking de crescimento nacional são Roraima, com 17,1%; Pará, com 15,7%; Amapá, com 14,6%; Amazonas, com 6,2%, e Rondônia, com 3,2%.

A CNC informou que os estados da Região Norte se destacaram na análise sob a ótica da circulação de consumidores com relação à recuperação do nível de atividade do comércio de rua. Dados do Google Mobility indicaram que “o fluxo de pessoas em estabelecimentos voltados para a venda de bens ou serviços praticamente se normalizou em relação ao início de 2020”.

Segundo a entidade, no fim de julho, a defasagem era de 1% na comparação com o período entre 3 de janeiro e 6 de fevereiro de 2020, considerado como base para a pesquisa.

E-commerce nacional

Também de acordo com o levantamento, os estados de São Paulo e do Rio de Janeiro foram os epicentros da crise sanitária. “Esses estados reuniram 37% dos casos de covid-19 desde março de 2020 e, por conta das medidas de redução da mobilidade para conter o vírus, foram as últimas unidades da Federação na lista da retomada da circulação de consumidores”, disse a CNC.

As informações da Neotrust, conhecida como a maior fonte de dados e de inteligência sobre o e-commerce brasileiro, indicaram que a Região Sudeste concentrou 65% desse tipo de comércio em 2020. Bem diferente dos 2% registrados na Região Norte naquele ano.

Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a estrutura logística mais desenvolvida de São Paulo e Rio de Janeiro certamente contribuiu para uma menor dependência do comércio em relação ao consumo presencial. “Isso favoreceu o processo de digitalização do consumo e auxiliou na retomada do nível de atividade do setor”, disse.

Vendas

O estudo mostrou ainda, que, no contexto nacional, o volume de vendas no varejo brasileiro recuou 0,4% e 1,4% em maio e junho de 2022, respectivamente, se comparado aos meses de abril e maio. Mesmo assim, segundo a CNC, o nível de atividade se manteve 1,6% acima do patamar observado em fevereiro de 2020, mês que antecedeu o início da pandemia no Brasil.

O varejo brasileiro acumulou retração de 18,9% nos dois primeiros meses de pandemia, que foram março e abril. O economista da CNC, responsável pela pesquisa, Fabio Bentes, comentou que a reversão do patamar ocorreu com a flexibilização das medidas de restrição e a liberação dos auxílios emergenciais à população mais pobre. “Essas perdas foram atenuadas em maio e junho daquele mesmo ano, até que a disponibilização de recursos emergenciais à população e, principalmente, o início do processo de flexibilização das medidas restritivas no segundo semestre de 2020, restabelecessem o nível de atividade do setor”, explicou.

Segundo Bentes, desde o segundo semestre dos 2020, a evolução das vendas tem oscilado conforme a variação das condições de consumo e os índices de gravidade da crise sanitária. “As perdas em relação a fevereiro de 2020, por exemplo, coincidiram com as fases de recrudescimento da crise sanitária, como na segunda onda de casos, registrada no primeiro trimestre de 2021, e a chegada da variante Ômicron, em dezembro passado”, disse.

Fonte: Agência Brasil

Transporte de cargas cresce 13,9% no primeiro semestre

Notícias 24 de agosto de 2022

O transporte de cargas roda confiante na recuperação da economia graças às exportações, ao agronegócio e às medidas de desoneração do governo. No País, a atividade cresceu 13,9% no primeiro semestre quando comparada ao mesmo período do ano passado. Em Minas Gerais, o setor não tem números fechados, mas replica os resultados nacionais, como o incremento de 0,6% na movimentação de junho.

“A demanda em Minas cresceu e vai continuar crescendo no segundo semestre, impulsionada pelo transporte de produtos primários de exportação, como minério e aço, e os insumos do agro, como fertilizantes, no preparo da safra”, explica o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg), Gladstone Lobato.

Como o setor é muito competitivo, nem todas as empresas conseguiram repassar seus custos aos embarcadores. Neste contexto, então, a queda no preço do diesel foi muito bem-vinda já que, segundo Lobato, conseguiu amenizar a planilha de despesas de várias delas. Tais medidas implementadas pelo governo trazem otimismo ao setor, já que se refletem nos custos de produção e de transporte e, consequentemente, na melhora da atividade econômica.

Com mais caminhões rodando, o maior desafio do setor está nas más condições das estradas. “O que adianta a gente se planejar para acompanhar o crescimento da economia e, de uma hora para outra, cai uma barreira e todo o planejamento cai por terra, por conta da precariedade da infraestrutura de logística? Tudo aumenta, gasto de combustível, manutenção, tempo na estrada. E Minas Gerais, que tem a maior malha rodoviária do País, sofre mais com isso”, aponta Lobato.

O segmento que mais cresceu no transporte de carga nacional foi o e-commerce, que em Minas está impulsionando o desenvolvimento de regiões como o Sul do Estado, o Triângulo e o entorno de Belo Horizonte, onde estão concentrados os grandes centros de distribuição.

A maior transportadora de carga fracionada do País, a Braspress, tem 48 anos de mercado e sede em Guarulhos, mas cerca de vinte de suas 117 filiais estão em Minas. Por isso, inclusive, ela é associada ao Setcemg.

Atenta a um contexto singular como foi o da pandemia, a empresa conseguiu um resultado histórico no comércio eletrônico. “Mais de 400%”, revela o presidente da empresa, Urubatan Helou. Ele acredita, no entanto, que o crescimento a partir de agora não será tão explosivo. “O e-commerce tende a se estabilizar numa convivência mais equilibrada com as lojas físicas”, avalia Helou, à frente de uma estrutura com 9 mil funcionários e três mil caminhões.

Segundo o empresário, a redução do preço do diesel pouco representou nos custos da transportadora, já que o combustível vinha de uma brutal elevação. A empresa fez um repasse de preços este ano de 18%, que, segundo Helou, compensou as despesas com diesel, mão de obra, autopeças e caminhões.

Para ele, o setor de transporte de cargas tem dois grandes desafios pela frente, a começar pela alta carga tributária. “Carregamos 53% de tributos diretos e indiretos nos nossos caminhões”, diz.

O segundo é o combate ao roubo de cargas, um problema que atinge especialmente o segmento de cargas fracionadas, cujo valor agregado as torna mais visadas. “A situação só não é pior por causa dos investimentos que fazemos em gerenciamento de riscos. Na Braspress, eles chegam a 10% da receita operacional”, revela o transportador.

“Não é uma questão setorial, ela se reflete em toda a economia. Combater o roubo de cargas tem que ser política de governo”, acrescenta.

Fonte: Diário do Comércio

Intenção de consumo das famílias mantém crescimento

Notícias 22 de agosto de 2022

A pesquisa nacional de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) de agosto, divulgada ontem (18) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostrou continuidade do processo de crescimento iniciado em janeiro, somando 82,1 pontos. É o maior nível desde abril de 2020 (95,6 pontos) e superou os resultados do mesmo mês nos 2 anos anteriores. O avanço de 1,1% do indicador no mês foi puxado pelo maior otimismo das famílias com renda acima de dez salários mínimos. A variação anual atingiu expansão de 17%.

A economista da CNC e coordenadora da pesquisa, Catarina Carneiro da Silva, disse que há mais de um ano as famílias com renda superior a dez salários mínimos se mostram mais otimistas do que aquelas de menor renda, mas que “este mês a variação foi mais forte e isso chamou a atenção. Mas já faz um tempo que elas estão mais otimistas”.

Catarina explicou que as famílias que recebem mais de dez salários mínimos têm maior acesso à renda e estão conseguindo consumir não só o que é essencial. “Elas estão tendo maior capacidade de consumo, tanto que o indicador delas de consumo atual atingiu 85,5 pontos em agosto, e o acesso ao crédito está acima de 100 pontos [100,5]. Elas já estão satisfeitas com a sua renda e com seu crédito também. Em agosto deu uma virada e, apesar da inflação, as famílias têm um rendimento maior e conseguem consumir”.

A economista da CNC disse que os juros altos não têm um peso grande no rendimento dessas famílias e, por isso, elas estão conseguindo ter um melhor acesso ao crédito. “Por causa desses fatores, elas estão conseguindo se sobressair no consumo”.

Cautela

Já as famílias de renda até dez mínimos têm que escolher o que consumir e acabam priorizando o consumo de bens essenciais. Catarina disse que apesar do auxílio emergencial, os juros altos e a inflação alta fazem com que esses consumidores sejam mais cautelosos e tenham mais dificuldade para tomar o crédito para consumir. “Elas estão avançando também, mas não tanto como as outras famílias”.

Catarina Carneiro disse que a perspectiva de consumo das famílias de menor renda já passou a ser positiva neste mês. “Apesar das dificuldades, elas estão aumentando sua perspectiva de consumo, aos poucos”.

Para o grupo de famílias com renda acima de dez salários mínimos, a intenção de consumo avançou 3,3% em agosto, enquanto para o grupo de menor renda, o ICF apresentou variação positiva de 0,4%.

A CNC destacou, no mês de agosto, o crescimento do nível de consumo atual (2,8%), o maior dos últimos 6 meses. Esse item foi o que obteve o maior crescimento em ambas as categorias de renda: 2,1% para famílias com renda abaixo de dez salários mínimos e 5% para famílias cuja renda supera dez mínimos.

Emprego

A pesquisa da CNC mostrou que, em relação ao mercado de trabalho, os jovens abaixo de 35 anos de idade são os mais favorecidos, ocupando 80,6% das vagas de emprego abertas em junho, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Assim, essa parcela da população aparece com maior disposição para consumir.

“Os jovens abaixo de 35 anos são os que estão consumindo mais, justamente porque estão tendo maior acesso ao emprego. Eles estão tendo mais rendimento, mais salários e estão consumindo mais”.

O IFC que mede o nível de intenção de consumo dos menores de 35 anos de idade ficou em 72,2 pontos em agosto, com variação anual de 21,3%, contra indicador de 56,4 pontos para os maiores dessa idade, cujo avanço foi de 10,2%, no mês pesquisado.

Catarina apontou que a perspectiva de consumo está acelerando tanto para as famílias de maior rendimento como de menor rendimento. Lembrou que, em julho, as famílias de menor rendimento tiveram queda na intenção de consumo de 1%, devido às incertezas da economia e aos desafios da inflação e dos juros.

“Neste mês, elas já recuperaram e viram que os rendimentos do Auxílio Brasil vão ajudar. Com isso, estão aumentando as perspectivas de aumento do consumo aos poucos”.

O IFC de agosto mostrou elevação de 0,5% na intenção de consumo dos consumidores de menor renda. Considerando todos os respondentes, a perspectiva de consumir no próximo trimestre teve aumento de 0,8% no mês, contra 0,2%, em julho.

Quanto à perspectiva profissional, as famílias de menor renda tiveram queda de 1%, enquanto as famílias de maior renda estão mais otimistas em relação ao emprego nos próximos meses (2%).

A maior parte dos consumidores revelou segurança no emprego atual (33,3%), o que não ocorria desde abril de 2020. Embora tenha sido registrada essa melhora da percepção do emprego atual, a perspectiva profissional recuou 0,3% no geral, retirando parte do efeito positivo de julho (0,5%). “Essa queda pontual não retira todos os ganhos que teve ao longo do ano”, disse a economista.

A pesquisa nacional de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) é um indicador antecedente, cujo objetivo é antecipar o potencial das vendas no comércio. Todas as unidades da federação são contempladas na pesquisa, totalizando 18 mil questionários, analisados mensalmente.

Fonte: Agência Brasil

Competitividade em pauta: Transcares e setores produtivos se reúnem para discutir novo calado do Porto de Vitória e entraves do modal

Classificados 22 de agosto de 2022

O novo calado do Porto de Vitória foi a pauta principal do Café no Porto, uma reunião de alinhamento realizada na quarta-feira, 17 de agosto, no TVV, e que reuniu representantes de vários setores produtivos e entidades ligadas à logística e ao comércio exterior no Espírito Santo, como Codesa e Sindirochas, além do diretor presidente do TVV, Ilson Hulle, e de seu corpo gerencial. O Transcares foi um dos sindicatos convidados e esteve representado pelo Diretor Operacional de Carga Portuária, Marco Zon, e pelo superintendente, Mario Natali. E embora o calado, que permite a entrada de navios de até 12,50 metros na bacia do Porto, tenha sido o mote da reunião, o encontro se desdobrou em outros assuntos, principalmente em relação aos gargalos ainda encontrados, que minimizam as operações portuárias e a competitividade capixaba.

Apesar da boa notícia a respeito do novo calado, o grupo convidado não deixou de citar sua preocupação com os gargalos ainda existentes, que dificultam as operações com contêineres, e destacou também a necessidade de uma posição dos portos capixabas e da autoridade portuária, no sentido de, enfim, otimizar a competitividade de um Estado que tem a vocação logística em de DNA.

“Foi uma reunião proveitosa. Colocamos os assuntos que mais nos afligem na mesa e deu para notar que as nossas dores são as mesmas de outras entidades. Levantamos tantos temas que já foi marcada uma nova reunião, no dia 29 de agosto, aqui no Transcares, com a participação da Codesa e do TVV. Neste novo encontro, além de pontuar novamente os gargalos, mostraremos os prejuízos que eles acarretam para o segmento e, juntos, tentarmos buscar soluções efetivas”, destacou Natali.

Segundo Marco Zon, na reunião da semana passada, uma das possibilidades levantadas foi o uso do sistema de calado dinâmico, que oferece exatidão no cálculo do calado e permite ampliar a carga em navios. Outra sugestão foi que o Café no Porto se transforme numa agenda entre as mesmas entidades para um momento de troca e compartilhamento de informações.
“Por meio desses encontros mensais, daríamos continuidade a um trabalho iniciado no início do ano, em que focamos na discussão de questões operacionais”, argumentou Marco Zon, referindo-se ao Grupo de Trabalho tripartite que reúne Transcares, TVV e Codesa e olha para o modal de forma holística.

“Temos entraves burocráticos e deficiências estruturais. Precisamos tentar acabar com os entraves burocráticos e, assim, tentar minimizar as deficiências estruturais. Tudo o que conseguirmos fazer para melhorar neste sentido, vai facilitar a vida dos players, do importador, do exportador, do agente de carga. Isso vai dinamizar e, consequentemente, aumentar a competitividade dos portos”, analisou o diretor.

Fonte: Assessoria de Comunicação TRANSCARES

Firjan lança Agenda de Propostas Brasil 4.0

Notícias 22 de agosto de 2022

A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) apresentou na quinta-feira, 18, a Agenda Propostas Firjan para um Brasil 4.0, um conjunto de proposições para incentivar o crescimento econômico no país, especialmente no estado do Rio. São 62 propostas de abrangência nacional e 41 voltadas para o estado, que podem contribuir para o planejamento de políticas públicas nos dois níveis de governo. O documento será encaminhado aos candidatos à Presidência da República e ao governo do Rio de Janeiro.

Para a Firjan, produtividade é a chave para o avanço da indústria no país. “Hoje, com a quarta revolução industrial, a indústria 4.0 precisa [de] um Brasil 4.0, que só será alcançado com o aumento da produtividade.”

A Agenda Propostas Firjan para um Brasil 4.0 é resultado da atuação do Grupo de Trabalho de Política Industrial, integrado por industriais de diversos setores e regiões do estado do Rio. Para elaboração do documento, foram ouvidos 600 empresários fluminenses, que compõem os diversos conselhos empresariais e conselhos regionais da entidade.

O vice-presidente da Firjan e coordenador do GT da Agenda Política Industrial, Luiz Césio Caetano, disse que a avaliação incluída no agenda indica que o aumento de produtividade pode gerar crescimento de US$ 1,04 trilhão do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro nos próximos cinco anos. Se o crescimento de US$ 1,804 trilhão para US$ 2,821 trilhões correntes se confirmar, o país passaria da 12ª para a 8ª posição no ranking das maiores economias do mundo até 2027.

O documento destaca que o Brasil registra historicamente baixa produtividade e que, nos últimos anos, o crescimento do PIB esteve relacionado a fatores que não se repetirão no futuro, entre eles, o rápido crescimento da população em idade ativa em relação à população total do país.

A agenda, que tem foco no aumento da produtividade como fator fundamental para a retomada econômica brasileira nos próximos anos, é dividida em quatro pilares: ambiente de negócios, infraestrutura, capital humano e eficiência do estado.

Seminário

Após a apresentação da agenda, começou o Seminário Indústria Forte, País mais Produtivo, mediado pelo presidente do Conselho de Economia da Firjan, Rodrigo Santiago.
O diretor de Relacionamento e Sustentabilidade da Petrobras, Rafael Chaves, disse que é com inovação que as empresas conseguem ganho de produtividade e lembrou que o mundo está em constante mudança: quem não inova fica para trás.

Chaves destacou que, na Petrobras, acredita-se muito em inovação. “No nosso Cepes, Centro de Pesquisas e Inovação, no ano passado, era uma patente a cada três dias, mais ou menos, no segmento de exploração e produção, no sistema [em] que a gente separa o óleo e o gás no leito submarino, libera espaço na plataforma e reinjeta o gás. Tem vários ganhos aí. Primeiro, o metro quadrado mais caro do Rio de Janeiro, não é o [do] Leblon, é [o da] plataforma de petróleo.“

Ele explicou que, primeiro, libera-se espaço na plataforma de petróleo quando se faz a separação no leito submarino; segundo, reinjeta-se o CO² e não se deixa liberar para a atmosfera. “Então, protege-se o planeta. É com inovação que a gente consegue ter ganhos de produtividade, e o mundo está cada vez mais exigente.”

No encerramento do encontro, o presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, defendeu a criação do Ministério da Indústria. Para Vieira, a indústria, com sua importância nas vendas, no emprego, no reconhecimento pelo recolhimento de impostos e com o efeito multiplicador sobre outros setores, não tem interlocução especializada no mais alto nível em Brasília, como têm a agricultura e o turismo. “O mundo já redescobriu a indústria, e a melhor maneira de Brasília mostrar que também já entendeu isso é a criação do Ministério da Indústria”, defendeu Vieira.

Segundo o presidente da Firjan, o mundo pede uma indústria ampla e diversificada, o que já existe no Brasil e no Rio. Vieira acrescentou que a agenda lançada hoje traz ações que a entidade entende como importantes para o avanço da produtividade da indústria brasileira no ciclo pós-pandemia, que veio para ficar. Algumas das propostas já estão sendo discutidas há um tempo, o que acentua o tempo perdido e a urgência da solução, como é o caso da reforma tributária, acrescentou.

“Como algo tão ineficiente, ineficaz, que não consegue ter um defensor entre os 215 milhões de brasileiros, pode continuar piorando dia a dia, com novas normas, decretos e regulamentações, sem que os poderes Executivo e Legislativo construam e aprovem o novo sistema?”, questionou Vieira, completando que, ainda assim, continua otimista diante de alguns avanços como a aprovação da reforma previdenciária.

“O Brasil e o Rio têm jeito. Depende apenas de nós”, enfatizou.

Também presente ao seminário, o vice-presidente executivo de Assuntos Corporativos e Institucionais da Vale, Alexandre D’Ambrosio, defendeu a reforma tributária, dizendo que, hoje, uma das coisas em que existe consenso na sociedade brasileira e entre os candidatos às eleições é a necessidade da reforma tributária. “Há anos, décadas que a gente ouve isso. A reforma tributária pode ser mais simples do que as pessoas pensam. Não se trata de criar tributos novos, mas de simplificar o processo”, afirmou.

Fonte: Agência Brasil

Cargas especiais ficam “ilhadas” no Vale do Aço

Notícias 22 de agosto de 2022

As condições das estradas que ligam o Vale do Aço ao restante do País têm tirado o sono dos executivos da área de logística. O pesadelo atinge especialmente o polo metalmecânico baseado na região, que não está conseguindo entregar às indústrias as chamadas cargas excedentes, assim denominadas por seu peso e dimensão. São peças com altura superior a 5,20 metros e largura maior que 5 metros, que pedem condições muito especiais para o seu transporte.

Estradas ruins e perigosas como as BRs-262 e 381 são um problema recorrente em Minas, agravado pelas chuvas de janeiro do início deste ano. Soluções paliativas como interdições e desvios restabeleceram o trânsito em muitos dos trechos impedidos, mas acabaram se eternizando na falta de obras definitivas. Com um detalhe: a estação das chuvas logo vai voltar. Uma tragédia anunciada que tem seus reflexos no preço do frete, na competitividade das empresas e, consequentemente, no chamado custo Brasil.

Enquanto as obras não são finalizadas, a produção de peças gigantes está ilhada no Vale, enchendo os pátios de empresas como a Emalto, Vitaly, Lumar e Thermon, ao mesmo tempo em que os clientes deixam de receber componentes fundamentais para sua operação. Na direção contrária, grandes peças que chegam do exterior nos portos do Rio de Janeiro e do Espírito Santo deixam de ser entregues à indústria metalmecânica do Vale do Aço, que reúne 274 empresas e gera dez mil empregos diretos.

O Vale do Aço é conhecido internacionalmente em virtude de grandes empresas lá estabelecidas, como Usiminas, que produz chapas de aço carbono em Ipatinga, e a Aperam South América, produtora de aço inoxidável, em Timóteo, todas com um considerável volume de produtos exportados.

Ali as condições são cada vez mais desafiadoras para o transporte de cargas gigantes. “O Vale do Aço está praticamente isolado, as peças não têm como sair de lá e nem chegar do porto. Isso interrompe a atividade industrial, inviabiliza investimentos e, enquanto isso, as obras nas estradas seguem em passo de tartaruga”, reclama o empresário Adalcir Lopes, proprietário da transportadora Transpeciais e vice-presidente do setor de Cargas Especiais da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC).

Ele salienta a importância de um transformador da Cemig, por exemplo, que pode alimentar 80 cidades, ou uma pá eólica, também fundamental na geração de energia. “Para transportar esses equipamentos, são necessárias várias autorizações das diversas instâncias para cada viagem, além de batedores e escolta policial. Como não há prioridade, então é um transporte que aproveita oportunidades. Some-se a isto obras de arte que não são conservadas e pistas precárias, que as chuvas pioraram ainda mais”, relata Lopes.

Chuvas aumentam desafio

Em janeiro deste ano, as fortes chuvas atingiram intensamente as estradas de Minas, estado que abriga a maior malha rodoviária do País. Com mais de 271 mil quilômetros, ela equivale a cerca de 16% de todas as rodovias estaduais, federais e municipais existentes no Brasil. No início do ano, as consequências das intempéries interromperam o trânsito em mais de 100 rodovias no Estado – 30 delas continuam com problemas, segundo os cálculos do transportador.

Casos emblemáticos são o estufamento do asfalto da BR-381, em Antônio Dias e Nova Era, e a queda de talude na BR-262, próximo a Abre Campo. Tais trechos continuam com desvios paliativos, que impedem a passagem das grandes peças fabricadas no Vale do Aço. Em Abre Campo, a obra estaria pronta em 180 dias, prazo já vencido. “Muita coisa ainda não foi consertada e as chuvas logo vão voltar e estragar tudo de novo”, avisa Adalcir Lopes.

Garantir a entrega das peças e equipamentos é um desafio cada vez maior. Distâncias de 300 quilômetros, como a que separa o Vale do Aço da Siderúrgica Gerdau, em Ouro Branco, na região Central de Minas, transformaram-se em percursos até cinco vezes maiores, em função dos desvios. Percursos de pouco mais de 300 quilômetros viraram 1.500 quilômetros, com evidentes reflexos nos custos e na competitividade do setor. Segundo os empresários, o frete chega a aumentar até 4 vezes e o preço final da peça, cerca de 30%.

Isso quando as condições das estradas não inviabilizam completamente o transporte e as peças gigantes vão sendo estocadas no parque industrial, tomando espaço de matéria-prima e outros produtos, atrasando cronogramas de manutenção nas indústrias e gerando multas contratuais pela demora nas entregas.

Equipamentos aguardam viabilidade de traslado

Com a saída da Usiminas Mecânica do mercado, a Emalto é hoje a maior empresa fabricante de bens de capital na região. Com unidades em Timóteo e em Santana do Paraíso, faz parte do segmento metalmecânico há mais de 48 anos, transformando o aço em equipamentos para as empresas dos ramos siderúrgico, papel celulose, mineração, geradores de energia eólica e hidrogeração e infraestrutura. O grupo conta hoje com 1.200 funcionários e tem como principais clientes Aperam, Usiminas, Vale, Gerdau, Siemens Gamesa, Nordex Acciona e Anglo American.

“Hoje enfrentamos diversas dificuldades para conseguir escoar nossa produção. Estamos com sérios problemas em várias rodovias de nosso Estado, o que tem causado enormes transtornos, não só à Emalto, mas a toda a população”, sustenta a diretora de operações da empresa, Maria
de Lurdes Martins Pinto.

Do ano passado para cá, a empresa produziu doze panelas de aciaria para a Gerdau em Ouro Branco, que estão paradas na fábrica, aguardando viabilidade de transporte junto ao Dnit e ao DER. “As panelas foram adquiridas pela Gerdau para que ela pudesse trocar as existentes, que estão com a vida útil comprometida”, informa a executiva.

Outro equipamento de grande porte em execução é a Carcaça do Forno Rotativo para a Vallourec Sumitomo em Jeceaba. Neste caso, a Emalto decidiu mudar a forma de transporte, fabricando o equipamento em partes. A montagem final será feita na própria Vallourec. “Nós viemos, incansavelmente, solicitando ações do Dnit, através de e-mails, notificações à Fiemg e ao Ministério da Infraestrutura, a fim de sensibilizá-los quanto à solução mais rápida do problema. No entanto, até o presente momento, nenhuma resposta foi favorável”, lamenta.

O presidente da Fiemg Vale do Aço, Flaviano Gaggiato, é empresário do setor. Sua empresa, a Vitaly Indústria Mecânica, fabrica equipamentos e estruturas para siderurgia, indústria de celulose e de componentes navais. Segundo ele, o impacto dos problemas de logística no custo, no tempo e no preço final é expressivo.

“O polo produz principalmente bens de capital sob encomenda de outras empresas, como produtos e equipamentos para mineração e siderurgia, caldeiraria, estruturas metálicas. Nós não temos dados concretos, mas calculamos que a atividade movimenta mais de R$ 1 bilhão por ano”, afirma Gaggiato.

“Mesmo assim, há 30 anos não temos um investimento de grande porte na região. Quando o investidor vê a estrada, ele desiste”, acrescenta. Segundo Gaggiato, recentemente um empresário demorou quatro horas para ir de Belo Horizonte a Itabira. Resultado: decidiu instalar sua empresa no Sul de Minas.

“Um grande gargalo, o viaduto de Sá Carvalho, que tem limitação de altura, vai ser desativado com a duplicação da 381. As más condições das estradas, porém, são evidentes. Em Nova Era, por exemplo, a pista nem caiu, ela subiu e o asfalto foi destruído. As obras têm que considerar a geologia do terreno, prevendo, por exemplo, taludes menos inclinados e, como tal, menos sujeitos a desmoronamentos”, observa o dirigente.

O diretor Comercial da transportadora Transpes, Mario Lincoln Costa, é taxativo. “As obras de arte estão em péssimas condições, e o que o Dnit faz, em vez de dar manutenção, é colocar restrições de peso; porém, elas são cobradas apenas dos transportadores de carga especial. Os transportadores de carga geral com bitrem nove eixos e peso bruto de 74 toneladas rodam livremente”, reclama.

Ele reconhece que as obras de arte são antigas, mas lembra que grandes peças saem e entram pelos portos do Rio de Janeiro e Espírito Santo. “Sem estrada, como irão chegar?”, pergunta. “Os grandes investimentos que estão ocorrendo no Estado são do setor de mineração e siderurgia. Estes impedimentos reduzem a competitividade de quem produz e deixam os projetos mais caros para as empresas que precisam deles”, observa.

Uma outra preocupação de empresários e transportadores diz respeito à prometida alça rodoviária que ligará a BR-381 à BR-262. “Ela poderá trazer um ganho logístico fantástico se, no seu projeto, considerar as necessidades de transporte dessas grandes peças e equipamentos. Menos viadutos, pistas mais largas e redução de curvas ajudaria e muito. É necessária uma mobilização urgente de nossas lideranças. É uma ação emergencial para proteger nossas indústrias e, consequentemente, nossos empregos”, afirma Maria de Lurdes Pinto.

O presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg), Gladstone Lobato, alerta para o próximo período de chuvas, que já está chegando sem que os problemas gerados pelo último tenham sido solucionados.

“Autoridades e políticos têm que ver isso com seriedade, porque estes problemas acabam representando custos para toda a sociedade. O encarecimento do transporte, seja ele qual for, acaba chegando ao bolso do consumidor. Se faltar um transformador da Cemig, isso vai aumentar a conta de luz; se for uma panela da Gerdau, é a geladeira que fica mais cara”, avalia. (BA)

Verdadeiras acrobacias até a chegada ao destino final

A viagem de uma carga excedente pode ser comparada a um avô dos atuais videogames, o Pinball, no qual uma bolinha vai batendo em obstáculos e mudando seu percurso. No jogo, a bolinha acaba chegando lá, somando pontos pelo caminho. No caso da carreta que leva uma peça gigante, o prejuízo é contado a cada dia que ela perde na estrada.

Imagine uma carga saindo do Vale do Aço para ser entregue na Siderúrgica Gerdau, em Ouro Branco. Normalmente, ela sairia por Timóteo para Governador Valadares, iria até Realeza e seguiria pela BR-262 no sentido BH – um trecho de 390 quilômetros. Entretanto esta rota convencional pela BR-262 segue interditada desde o dia 27 de janeiro e o desvio utilizado por carros de passeio não permite a passagem desta carga.

A opção passou a seguir no sentido Teófilo Otoni, Salinas, Montes Claros e retornar por Curvelo até Ouro Branco. Neste trecho, a carreta percorre 1.400 quilômetros, ou seja, mais de 1.000 quilômetros além do roteiro original. E mesmo esta alternativa foi inviabilizada por problemas em um trecho na BR-116, onde o trânsito segue em meia pista.

Resta à transportadora procurar novos trajetos, pedir mais autorizações, “casar” as exigências das diferentes instâncias e, desta maneira, viabilizar o transporte. Para se ter uma ideia, um transformador fabricado pela Toshiba em Betim e que vai ser transportado pela BR-040 terá que obedecer às mais diversas legislações e autoridades. Começa pelas polícias municipais de Betim e Contagem, passa pela Polícia Rodoviária Estadual e o DER no Anel Rodoviário e, finalmente, pela Polícia Rodoviária Federal, o Dnit e a concessionária da rodovia.

Há alguns meses, o sindicato que reúne os transportadores de cargas excedentes, o Sindpesa, do qual Adalcir Lopes é diretor, teve uma audiência com o então ministro de Infraestrutura Tarcísio de Freitas, atualmente candidato ao governo de São Paulo. “Nós solicitamos que haja uma única resolução, que seja acatada por municípios, estados, governo federal, DER, Dnit, ANTT e concessionárias e, assim, facilite e racionalize o processo. O Ministério ficou de estudar o problema, mas a coisa não andou”, revela Lopes.

DER e Dnit

Segundo o Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG), as condições de tráfego dos 22,2 mil quilômetros das rodovias pavimentadas mineiras, sob a responsabilidade do órgão, foram influenciadas por alguns fatores, como o reduzido investimento em infraestrutura e manutenção pelas administrações passadas e o período chuvoso da temporada 2021/2022, atípico em volume, intensidade e frequência das chuvas em Minas.

Em nota, a assessoria do órgão diz que, para garantir as condições de tráfego que atendam de forma geral à população mineira em demandas de trabalho, educação, saúde, recebimento de bens de consumo ou escoamento da produção agropecuária ou industrial, tem realizado desde 2019 um trabalho preventivo com serviços de tapa-buraco, roçada e capina da faixa de domínio, limpeza do sistema de drenagem e conferência da sinalização.

O DER informou que, em 2022, foram destinados R$ 113 milhões para a realização de obras rodoviárias de recuperação das ocorrências mais graves do período chuvoso. E que, para alavancar a infraestrutura rodoviária, um programa de concessões se encontra em andamento e deverá contemplar mais de 2 mil quilômetros.

Quanto ao transporte de cargas especiais – que são indivisíveis e possuem dimensões (largura, altura e comprimento) e peso e extrapolam os limites convencionais da pista simples -, precisam de carreta especial, escolta e, principalmente, de estudo de viabilidade do trajeto escolhido, conforme é especificado na portaria 3902, publicada em abril de 2021 pelo DER-MG.

Já a assessoria do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) informou que o órgão segue trabalhando para restaurar a trafegabilidade nos trechos federais de Minas Gerais afetados pelas fortes chuvas que atingiram a região. Em Sabará, as equipes finalizaram os serviços de escavação, carga e transporte de material, preparando o local para a colocação das aduelas de concreto que compõem o bueiro que foi instalado para a passagem da água. O trânsito no local segue sem restrições. Em Nova Era, foram executados os trabalhos de retaludamento e implantação dos dispositivos de drenagem e de construção das camadas de base da pista de rolamento. A conclusão se deu na segunda quinzena de julho. E que, em Abre Campo, o Dnit contratou de forma emergencial os serviços necessários para recomposição da rodovia.

Fonte: Diário do Comércio

Colapso na Argentina e restrições na União Europeia deixam o agro em alerta no Brasil

Notícias 22 de agosto de 2022

De questões tributárias na Argentina a ambientais na União Europeia, as políticas públicas têm impactado a segurança alimentar. O alerta foi feito por lideranças, analista e produtores rurais no Painel Agro realizado durante a Agroleite 2022, feira de tecnologia agrícola e pecuária realizada pela Cooperativa Castrolanda, em Castro, no Paraná.

Ponto comum nas apresentações e no debate que se estabeleceu entre produtores e analistas do Brasil, Argentina e Espanha está o efeito colateral do regulatório não apenas na oferta de alimentos como no impacto econômico social das economias locais.

Ao se referir à forte interferência do Estado na atividade agrícola e pecuária, Pedro Vigneau, presidente da Associação Argentina de Plantio Direto (Aapresid) e da Associação de Milho e Sorgo da Argentina (Maizar), disse que o produtor argentino está “sobrevivendo”.

Argentina

Produtor rural e professor na Universidade de Belgrano, Vigneau destacou que a política pública do governo argentino afeta negativamente o desenvolvimento e renda não apenas do agronegócio, mas de toda a economia, a considerar a importante participação do setor na geração de riquezas na Argentina.

Como exemplo, o país está entre os principais produtores e exportadores globais de soja. E lidera a exportação de farelo de soja no mundo.

A liderança argentina mostrou com números como o regime de tributação tem tirado muito produtores da atividade.

Conforme dados apresentados por Vigneau, em média 64,9% da renda obtida no setor agropecuário fica com o estado.

Percentual esse, relativo a mais de 150 diferentes tributos, que segundo ele compromete a disposição e limita a capacidade de investimento em área e tecnologia.

Entre os principais países produtores de soja, a Argentina teria a pior relação entre renda e volume.

De acordo com Vigneau, o produtor argentino recebe US$ 114/tonelada de soja, enquanto a média em países como Brasil, Estados Unidos Paraguai e Uruguai fica em torno de US$ 500.
União Europeia

Na União Europeia, a situação relatada por Pedro Gallardo, que participou do painel direto da Espanha, as severas restrições ambientais estão levando à redução na área agrícola e pecuária, com consequentemente recuo em área e oferta de proteínas animal e vegetal.

Disse que a Europa segue um caminho contrário à tendência de aumento da população mundial, que já demanda e vai demandar cada vez mais alimentos.

A preocupação com clima, água e disponibilidade de terras para cultivo tem agora mais um agravante, destaca Gallardo ao trazer para discussão o “Green Deal”, uma espécie de pacto verde que está sendo debatido na União Europeia. Entre outras restrições e imposições, o acordo prevê a redução em 50% no uso de produtos fitossanitários; que 10% das terras agrícolas se convertam em atividades não produtivas; e 25% de toda a extensão ocupada pela atividade agropecuária seja ‘ecológica’ ou destinada como áreas de conservação.

Eugênio Stefanelo, ex-presidente da Conab e ex-secretário da Agricultura do Paraná, lembrou no painel que a situação vivida na Europa é semelhante ao que aconteceu no Brasil em relação ao Código Florestal, que destinou como áreas de reserva legal de 20% a 80% da superfície das propriedades rurais.

A diferença é que no Brasil, apesar do rigor da lei ambiental, é que extensão territorial permite ampliar área, produção e produtividade e ao mesmo tempo garantir a preservação, explica Stefanelo ao salientar que nos países europeus não há mais área para ampliar a atividade agrícola.

Miguel Daoud, analista político econômico, que também participou do debate, ressaltou que a situação no contexto global é “gravíssima” e que o setor precisa estar alerta e mobilizado, sob pena de comprometer o abastecimento alimentar no planeta.

Na opinião de Daoud, o Brasil precisa aprender com os problemas da Europa e Argentina para não incorrer no mesmo erro. Ele reforçou que o desempenho do agro no Brasil, a considerar a participação do setor no PIB nacional, tem efeito colateral em toda a economia do país.

Fonte: Canal Rural

Varejo e indústria veem 2º semestre mais favorável

Notícias 22 de agosto de 2022

As principais varejistas brasileiras listadas em bolsa esperam uma recuperação nas vendas nesta segunda metade do ano, diante de uma série de eventos favoráveis — de Copa do Mundo ao Natal — e perspectivas de melhora no cenário de juros e inflação, panorama também visto pela indústria eletroeletrônica que abastece o setor.

Porém, os empresários de três das maiores redes de varejo do país — Americanas, Via e Magazine Luiza — foram cuidadosos ao definir a magnitude dessas expectativas, falando em otimismo “cauteloso” e semestre “mais favorável” a analistas e jornalistas no final da semana passada.

Para além da Copa, e do Natal, executivos ainda mencionaram a Black Friday, em novembro, o recente lançamento da tecnologia 5G, que deve ajudar na venda de celulares, e o aumento do programa Auxílio Brasil para R$ 600.

“Estamos muito confiantes com o segundo semestre deste ano, lembrando que há eventos muito importantes para os próximos meses”, disse Marcio Cruz, que comanda a área digital da Americanas, a analistas na última sexta-feira (12).

O otimismo aparece depois que as taxas de juros em seu mais alto pico no Brasil desde 2017 e o maior avanço da inflação em 12 meses em quase duas décadas pressionaram as vendas das varejistas no primeiro semestre.

A receita líquida da Via, dona das bandeiras Ponto e Casas Bahia, caiu 2,5% no primeiro semestre, enquanto a do Magazine Luiza ficou praticamente estável e da Americanas subiu 16,6%. No mesmo período de 2021, as três conseguiram aumento de vendas de 32,7%, 59,8% e 37,9%, respectivamente.

Cruz disse que as vendas da Americanas até esta metade do terceiro trimestre seguem crescendo de forma “consistente” nas lojas físicas, puxadas por produtos de valor médio mais baixo, mas a demanda online por produtos próprios, como eletrodomésticos, “segue tímida”.

Na Via, o presidente-executivo da companhia, Roberto Fulcherberguer, afirmou que as vendas seguem na “mesma batida” vista no segundo trimestre, e que o terceiro trimestre ainda deve “ser mais desafiador”.

A avaliação é que os fatores favoráveis às vendas estão mais concentradas no quarto trimestre, incrementados ainda por efeitos maiores relacionados a uma expectativa de alívio na inflação e estabilidade nos juros.

“As vendas de categorias mais tradicionais de produtos (como móveis, eletrodomésticos e celulares) tendem a refletir a evolução desses indicadores, principalmente inflação e taxa de juros”, disse o diretor financeiro do Magazine Luiza, Roberto Bellissimo.

“Estamos vendo um aumento na demanda entre 30% e 40% por aparelhos 5G (nas cidades em que a tecnologia já foi implementada)”, afirmou Fabrício Bittar, vice-presidente de operações do Magazine Luiza, observando que esses aparelhos tem preço médio acima de R$ 2 mil.
Indústria também na expectativa

Os fabricantes no primeiro semestre foram afetados por menor demanda e questões globais como alta de preços de insumos por conta do frete marítimo e dos gargalos na cadeia de suprimentos, mas o “segundo semestre deve ser melhor”, disse o presidente-executivo da Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Jorge Nascimento.

“Neste ano ainda tem um evento importante que é a Copa do Mundo quando tradicionalmente há um consumo maior de televisores, produtos de áudio e vídeo e refrigeradores”, afirmou ele. A associação engloba empresas como Philco, LG, Panasonic, Samsung e Whirlpool.

Nos dados até maio, a indústria brasileira amargou queda de 24% nas entregas de produtos ao varejo em comparação a 2021, segundo a Eletros. “Estamos em um momento de crise com retração do consumo e precisamos que o cliente volte a consumir”, disse Nascimento.

Na Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), a expectativa é de “otimismo moderado”. A entidade, que tem como associadas companhias como Siemens, Apple, Dell e Motorola, projeta alta de 9% no faturamento do setor em reais em 2022, contra avanço de 22% em 2021.

Se do lado da oferta o custo do frete, a alta de insumos como aço e plástico e a crise de semicondutores atrapalharam a indústria na primeira metade do ano, na demanda, os altos patamares de estoques acumulados pelos varejistas em trimestres anteriores também serviram para reduzir as encomendas.

Humberto Barbato, presidente-executivo da Abinee, disse que “parece que as varejistas estão conseguindo desovar os estoques”.

A avaliação é reiterada pelas companhias. “Não achamos que os estoques estão elevados, acreditamos que no segundo semestre a perspectiva de venda é melhor… para o que a gente acredita que é possível fazer de crescimento, os estoques já estão normalizados”, disse Frederico Trajano, presidente do Magazine Luiza.

O mercado acionário tem mostrado animação com o setor e as ações das três varejistas – Magazine Luiza, Via e Americanas – têm reduzido perdas acumuladas no ano, conforme novos dados macroeconômicos positivos são divulgados. As três tiveram as maiores quedas dentre as ações do Ibovespa em 2021.

Só em agosto, até o dia (17), as ações do Magazine Luiza lideram os ganhos do Ibovespa, com alta ao redor de 60%. Ainda assim, os papéis caem cerca de 43% no ano. A Via avança aproximadamente 45% no mês e tem queda de quase 34% no ano, enquanto Americanas tem valorização de 3% em agosto e recuo de 53% em 2022.

Fonte: Reuters/Forbes

Vendas de pneus aumentam 7% em julho

Notícias 22 de agosto de 2022

As vendas totais de pneus tiveram alta de 7% em julho na comparação com o mês anterior. Mesmo com a alta, os números não reverteram a baixa de 0,3% acumulada em 2022 na comparação com o mesmo período de 2021. A alta do mês deve-se ao aumento de 12,7% nas vendas de pneus de passeio e 9,8% para comerciais leves.

No caso dos pneus de carga, a queda em comparação com o mês anterior foi de 1%, apesar do aumento de 4% nas vendas para montadoras. As vendas totais de julho deste ano foram 10,4% menores do que julho de 2021, em função da queda de 16,9% nas vendas para reposição.

No acumulado do ano, as vendas de pneus de carga estão 4,5% abaixo na comparação com o mesmo período de 2021, principalmente em decorrência da queda de 6,6% nas vendas para reposição. Os dados são parte do levantamento da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos.

Fonte: Frota&CIA

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