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Sanções dos EUA ligadas a diesel e fertilizantes podem impactar preços
Notícias 04 de setembro de 2025
Diante da possibilidade de sanções dos Estados Unidos contra o Brasil por causa da compra de diesel e fertilizantes russos, fontes da diplomacia brasileira afirmam que o governo brasileiro deveria se precaver o quanto antes. Especialistas alertam para a possibilidade de impacto nos preços, já que 61% das importações de diesel e 20% das de fertilizantes vêm da Rússia.
Um diplomata disse à CNN que o governo brasileiro deveria “repensar a compra de diesel e fertilizantes baratos da Rússia, antes que seja tarde”. Ele avalia que o Brasil está contribuindo para financiar o esforço de guerra da Rússia e se colocando em uma situação vulnerável, considerando que o país é o segundo maior produtor mundial de alimentos.
Segundo o analista Lourival Sant’Anna da CNN, fontes do governo americano afirmaram que Donald Trump pode adotar novas retaliações contra o Brasil no contexto do início do julgamento de Jair Bolsonaro. Entre elas, estariam previstas medidas contra a importação de diesel da Rússia, dentro de uma semana ou uma semana e meia, a exemplo do que ocorreu com a Índia.
De janeiro a julho deste ano, o diesel russo representou 61% das importações e 17,7% do consumo no Brasil, segundo dados da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis). Dos 11,9 milhões de metros cúbicos importados no período, 7,3 milhões vieram da Rússia.
O presidente da Abicom, Sergio Araújo, afirma que a expectativa é que a importação de diesel tenha alcançado 1,43 milhão de metros cúbicos em agosto, sendo 35% provenientes da Rússia, 40% dos EUA, 16% da Índia e 5% da Arábia Saudita.
Se houver realmente a necessidade de interromper a importação da Rússia, Araújo acredita que os importadores devem buscar mais volume nos EUA, majoritariamente, e em países árabes.
A diferença de preços entre os mercados americano e russo já foi de US$ 0,18, mas hoje é de apenas US$ 0,02; portanto, se houver de fato uma troca de fornecedores, deve haver aumento de preços, mas não de forma significativa, avalia Araújo.
Mas o presidente da Abicom ressalta que uma eventual saída da Rússia do mercado internacional poderia impactar os preços globalmente. “Como a Rússia é um agente importante, sua saída do mercado poderia gerar um aumento generalizado dos preços.”
De qualquer forma, como a Petrobras é responsável por 84% do diesel refinado no Brasil, e a estatal continua praticando preços cerca de R$ 0,30 abaixo da paridade de importação, mesmo com a migração para outros fornecedores o impacto pode ser limitado, projeta Sergio Araújo.
O cenário para os fertilizantes parece ser mais desafiador. A Rússia representou mais de 20% das importações do insumo nos últimos cinco anos, de acordo com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Esse percentual quase supera os do segundo e terceiro maiores fornecedores juntos: a China, com 12%, e o Canadá, com 10%.
José Carlos Polidoro, assessor do Ministério da Agricultura, afirma que, se o Brasil precisar buscar fornecedores alternativos à Rússia, os outros quatro maiores produtores mundiais, Irã, Omã, Nigéria e Canadá, “terão prazer em abastecer” o mercado brasileiro.
Ele afirma que quase todo o fertilizante necessário para a safra 2025/2026 já foi adquirido e está no Brasil ou a caminho, por isso não há riscos de desabastecimento ou elevação de preços para a próxima safra.
Mas a exemplo do que aconteceu na safra 2022/2023, quando houve uma verdadeira crise no setor com riscos de abastecimento e aumento de preços, seria necessário incentivar o uso dos fertilizantes organominerais, que são genuinamente produtos nacionais, defende Polidoro.
Polidoro é um dos formuladores do Plano Nacional de Fertilizantes, elaborado em 2021, com medidas para reduzir a dependência do mercado internacional. Mais de 80% dos fertilizantes utilizados no Brasil são importados. Apesar do esforço, as diretrizes do plano não saíram do papel.
As ameaças vindas do exterior criam agora uma nova oportunidade de o Brasil se tornar mais blindado às intempéries internacionais.
Fonte: CNN
Últimas semanas para participar da pesquisa global da IRU sobre escassez de motoristas profissionais
Notícias 04 de setembro de 2025
A NTC&Logística, representante oficial da IRU (União Internacional dos Transportes Rodoviários) no Brasil, está apoiando a realização da Driver Shortage Survey 2025, pesquisa internacional que avalia a escassez de motoristas profissionais em diferentes regiões do mundo. A iniciativa busca compreender o tamanho do déficit, suas principais causas e propor soluções viáveis para um problema que ameaça a eficiência e a sustentabilidade do transporte rodoviário de cargas.
Desde 2019, a IRU realiza anualmente esse levantamento, em parceria com entidades nacionais e empresas do setor. Os dados obtidos têm contribuído para embasar políticas públicas, estratégias empresariais e ações de advocacy em diversos países. Em 2024, um dos principais alertas foi a queda de 5,8% na proporção de motoristas jovens, sinalizando a necessidade urgente de renovação da força de trabalho e de iniciativas mais efetivas de atração e retenção.
A edição de 2025 já está disponível e pode ser respondida até o dia 30 de setembro de 2025. Os participantes terão acesso antecipado a dados estratégicos, análises de tendências e insights sobre o comportamento e preferências dos motoristas, como, por exemplo, a escolha entre rotas de longa ou curta distância.
O presidente da NTC&Logística, Eduardo Rebuzzi, enfatiza a importância da participação do setor brasileiro na pesquisa: “A escassez de motoristas é uma realidade também no Brasil e precisa ser superada com dados, planejamento e ação. Ao participar da pesquisa da IRU, estamos contribuindo para um diagnóstico global, mas também para termos um retrato mais claro da situação no nosso país. A NTC&Logística seguirá comprometida em promover iniciativas que fortaleçam o setor e valorizem o profissional do volante”.
A expectativa da IRU é incluir análises específicas por país no relatório final, desde que haja um número significativo de respostas nacionais. Por isso, a NTC&Logística convida todos os empresários e entidades do transporte de cargas a incentivarem seus motoristas e equipes a participarem.
O questionário da pesquisa está disponível no link a seguir: https://www.surveymonkey.com/r/3W69PQJ?lang=pt
Fonte: NTC&Logística
SEST SENAT participa de audiência pública sobre fim da obrigatoriedade de cursar autoescolas para tirar CNH
Notícias 04 de setembro de 2025
“Estamos aqui para apoiar o debate e construir soluções que ampliem o acesso à habilitação e facilitem a entrada no mercado de trabalho, sem comprometer a segurança”. A declaração é de Roberta Diniz, gerente executiva de Desenvolvimento Profissional do SEST SENAT, feita durante audiência pública realizada nessa terça-feira (2) pela CVT (Comissão de Viação e Transportes), da Câmara dos Deputados. A audiência tratou da proposta do Ministério dos Transportes que prevê eliminar a obrigatoriedade de aulas em autoescolas para a obtenção da CNH (Carteira Nacional de Habilitação).
Roberta Diniz ressaltou que o momento é oportuno para discutir as alterações necessárias à redução do custo destinado à obtenção ou troca da CNH e chamou a atenção para o crescimento do setor e a escassez de motoristas profissionais qualificados – um dos principais desafios enfrentados pelo setor de transporte de cargas e de passageiros. Para enfrentar esse cenário, o SEST SENAT tem desenvolvido diversas iniciativas voltadas a facilitar o acesso ao mercado de trabalho, como o programa Mais Motoristas, com quase 100 mil vagas para a mudança de categoria da CNH; o uso de simuladores de direção; a Escola de Motoristas, que capacita profissionais já habilitados sem experiência; e o projeto Motorista Série A, direcionado ao reconhecimento e à valorização de condutores de excelência.
A gerente também reforçou que é preciso focar na empregabilidade. “Existem vagas de motoristas abertas no país, e, por outro lado, há cidadãos precisando de oportunidades. Por isso, é necessário reduzir esse valor para a sociedade”. Por fim, ela destacou que o Ministério dos Transportes e a Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito) têm sido grandes aliados do setor de transporte nas pautas de segurança no trânsito e de investimento em infraestrutura de transporte. “Aguardamos a apresentação da proposta final e reforçamos nosso apoio e compromisso com o desenvolvimento do setor de transporte no país”, completou.
Proposta em debate
Representando o Ministério dos Transportes, o secretário nacional de Trânsito, Adrualdo de Lima Catão, explicou que o texto ainda está em construção. “Estamos ouvindo as instituições para aprimorar todo o processo. Vamos escutar quantas vezes forem necessárias”, disse. Ele destacou que a medida busca ampliar o acesso à habilitação, sobretudo diante de um dado preocupante: 54% dos proprietários de motocicletas no Brasil não têm CNH, embora os motociclistas já representem 42% da frota nacional. Adrualdo também chamou a atenção para a demora atual no processo de habilitação. “O tempo médio para a obtenção da CNH é de 11 meses, o que reforça a necessidade de modernização e simplificação”, afirmou.
Segundo o modelo sugerido, o candidato iniciaria o processo junto à Senatran ou ao Detran (Departamento Estadual de Trânsito), escolhendo a modalidade do curso teórico: a distância, por meio da plataforma da Senatran, em autoescolas ou em Escolas Públicas de Trânsito. Após a conclusão e emissão do certificado, ele realizaria a coleta biométrica, os exames médicos e psicológicos, mediante o pagamento das taxas, e, se aprovado, realizaria a prova teórica. Caso considere necessário, poderá participar de aulas práticas com instrutor credenciado ou em autoescola antes da prova prática. A CNH seria emitida após a aprovação em todas as etapas.
Participações técnicas e institucionais
A audiência reuniu representantes do Inprotran (Instituto Nacional de Projetos para Transporte e Segurança), da AND (Associação Nacional dos Detrans), da Feneauto (Federação Nacional das Autoescolas), do ONSV (Observatório Nacional de Segurança Viária), da CNTTT (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Terrestres) e do SINDCFC-PE (Sindicato dos Proprietários de Centros de Formação de Condutores de Pernambuco).
Entre os parlamentares, o deputado Zé Neto (PT-BA) destacou a relevância da presença do SEST SENAT no debate. “A participação do SEST SENAT é muito importante devido a sua reconhecida atuação na formação de condutores profissionais e na promoção da qualificação no setor de transporte”, afirmou.
Já o deputado Leônidas Cristino (PDT-CE), autor do requerimento e presidente da audiência, defendeu um caminho equilibrado entre acesso e segurança. “Precisamos garantir uma condução com mais segurança. Também é preciso debater como será essa fiscalização, pois muitos acidentes são causados pelas más condições das rodovias. É fundamental que qualquer mudança preserve a qualidade da formação dos motoristas, pois muitos acidentes também ocorrem por imprudência, que pode ser combatida com melhor formação”, disse.
Por Agência CNT Transporte Atual
Novo mantenedor do Transcares, Prosed quer fortalecer sustentabilidade, segurança e inovação por meio da saúde e da segurança no trabalho
Notícias 03 de setembro de 2025
Tem mantenedor recém-chegado e pronto pra fortalecer ainda mais o ecossistema da segurança e segurança ocupacional do segmento do transporte rodoviário de cargas e logística no Espírito Santo. A Prosed – Consultoria em Segurança e Medicina do Trabalho presta serviços nas áreas de engenharia, meio ambiente, segurança, higiene e medicina do trabalho, e ao ampliar a rede de apoio oferecida às empresas associadas, quer fortalecer os pilares sustentabilidade, segurança e inovação, tão essenciais na atividade transportadora.

Além da trajetória consolidada no mercado e do vasto portfólio, que inclui desenvolvimento de programas de prevenção de acidentes, promoção da saúde do trabalhador e adequação às normas regulamentadoras, a Prosed tem a seu favor um atendimento personalizado de alcance nacional que, na opinião do Gerente Geral Comercial, Paulo Sampaio, é um de seus maiores diferenciais.
“Conseguimos fazer esse atendimento de alcance nacional por meio de nossa rede de credenciados”, explica, dando outros detalhes da soluções integradas oferecidas aos clientes Prosed: experiência na área de exames, laudos e programas voltados às exigências específicas do segmento, plataforma digital e canal único de atendimento utilizado na gestão de demandas, dentre outros.

A Prosed cheia de boas expectativas para fazer a parceria acontecer na prática. Segundo Sampaio, gerar conexão entre os transportadores seria a meta número um. Porém, eles sabem que oferecer muito mais!
“Queremos oferecer soluções que gerem segurança, produtividade e tranquilidade para o cumprimento das obrigações legais, algo muito sério dentro da operação. E queremos também, como marca, ser reconhecidos como um parceiro estratégico e confiável, que simplifica processos, atua lado a lado com os clientes para superar desafios e alcançar resultados sustentáveis”.
Lista de serviços a seu dispor, transportador!
Dentre os serviços oferecidos pela Prosed que têm “linha direta” com o TRC estão os exames ocupacionais, que englobam admissional periódico, retorno ao trabalho, mudança de função, e demissional, exames toxicológicos, treinamentos obrigatórios, laudos técnicos, avaliações ergonômicas voltadas a motoristas e equipes operacionais, e gestão ambiental, com gerenciamento de resíduos e elaboração de planos de contingência para transporte de produtos perigosos.
Quer saber mais? Acesse https://prosed.com.br/
Free flow e pesagem em movimento otimizam transporte, mas dependem de clareza regulatória
Notícias 02 de setembro de 2025
O avanço da digitalização e automação já transforma rodovias brasileiras. Sistemas como pedágio automático free flow e pesagem em movimento (HS-WIM) aumentam a fluidez do tráfego, reduzem congestionamentos e diminuem emissões de CO2. Porém, especialistas afirmam que a consolidação dessas tecnologias depende de clareza regulatória, interoperabilidade e superação de barreiras culturais e operacionais.
Para Antonio Miró, gerente de operações de pedágios da Kapsch no Brasil, a implementação do free flow na Rodovia Rio-Santos e na Caminhos da Serra Gaúcha elevou a velocidade média em 25% e reduziu em 30% o tempo total de viagem. “Essas tecnologias otimizam o fluxo logístico, reduzem custos com paradas e aumentam a segurança, permitindo detecção proativa de riscos. Para o transporte de cargas, isso significa menor tempo de viagem, menor desgaste da frota e mais confiabilidade nas operações”, afirma.
Além disso, novas concessões e a expansão do 5G aceleram a transição para rodovias conectadas, mas Miró alerta que ainda é necessário padronizar sistemas e ampliar investimentos em infraestrutura digital.
Justiça concorrencial depende de respaldo jurídico
Segundo Leonardo Schenk, advogado do Terra Tavares Elias Rosa Advogados e professor da UERJ, a modernização exige regulamentação clara. “O Poder Judiciário tem respaldado o modelo regulatório atual e os estudos técnicos que fundamentam essa modernização. O free flow e o HS-WIM promovem eficiência e segurança, mas ainda geram disputas locais e questionamentos legais. O sandbox regulatório da ANTT permitiu testar essas tecnologias em condições controladas”, explica.
Dados da BR-101 mostram que mais de 70% dos veículos já utilizam TAGs eletrônicas, o prazo médio de quitação digital é de sete dias, e o índice de inadimplência é de 6%. Nas BR-364 e 365, 17% dos veículos fiscalizados excediam o peso permitido, reforçando a importância da fiscalização contínua e integrada para garantir concorrência justa.
Telemetria e conectividade
Sistemas de rastreamento em tempo real, telemetria e sensores IoT permitem calcular o desgaste da infraestrutura, identificar veículos em áreas de risco e implementar tarifas dinâmicas baseadas no peso. “Com essas tecnologias, transformamos dados brutos em decisões estratégicas, otimizando rotas, reduzindo custos e emissões”, afirma Miró.
Plataformas como a EcoTrafiX integram câmeras e sensores para monitorar comportamentos de risco, acionar autoridades e reduzir o tempo de resposta a incidentes, aumentando a segurança e dissuadindo crimes nas rodovias.
Miró projeta avanços como gestão de tráfego em tempo real com IA e big data, expansão do free flow, comunicação V2X entre veículos e infraestrutura, e manutenção preditiva por sensores IoT.
Schenk prevê mudanças estruturais: modicidade tarifária com justiça concorrencial, responsabilização civil rigorosa já reconhecida pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) e planejamento de infraestrutura baseado em dados reais, tornando rodovias mais seguras e duráveis.
“Para investidores e operadores, este é o momento de adaptar operações e aproveitar as vantagens competitivas das novas tecnologias”, conclui Miró.
A transformação das rodovias conectadas
- +25% de aumento na velocidade média após implantação do free flow na Rodovia Rio-Santos (Rio-SP);
- –30% no tempo total de viagem no mesmo trecho;
- 70% dos veículos da BR 101 já utilizam TAGs eletrônicas;
- Sete dias é o prazo médio para pagamento digital do pedágio;
- 17% dos veículos fiscalizados nas BR-364 e 365 excediam o peso permitido;
- 6% de inadimplência no pedágio eletrônico da BR-101.
Fontes: ANTT (sandbox regulatório), Antonio Miró (Kapsch) e Leonardo Schenk (TTER Advogados)
Leia mais sobre o tema no Anuário de Carga 2025. Baixe aqui.
Fonte: Transporte Moderno
Pedágio mais rápido, justo e transparente: ANTT aprova uso de reconhecimento automático de placas no Vale-Pedágio
Notícias 02 de setembro de 2025
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aprovou, nesta sexta-feira (29/8), por meio da Decisão SUROC nº 500/2025, publicada no Diário Oficial da União (DOU), a habilitação de mais uma Fornecedora de Vale-Pedágio Obrigatório (FVPO) para utilizar tecnologia de Reconhecimento Óptico de Caracteres (OCR) — sistema capaz de identificar automaticamente as placas dos veículos — no pagamento do benefício. Nesta decisão, foi validado o modelo operacional de Vale-Pedágio Obrigatório com OCR para a empresa Banco Bradesco S.A. A Roadcard já havia sido a primeira autorizada pela Agência a adotar esse modelo.
A medida traz ganhos diretos para caminhoneiros, embarcadores e para toda a cadeia logística: elimina burocracias, reduz o risco de fraudes, aumenta a agilidade nas praças de pedágio e garante que o transportador receba, de forma clara, rastreável e transparente, o valor do vale.
Com a inovação, o pagamento do pedágio deixa de depender de procedimentos manuais e passa a ser validado automaticamente pela leitura da placa, o que representa mais segurança tanto para o transportador quanto para o embarcador. Além disso, o novo modelo não substitui os sistemas já existentes: soluções regionais e locais continuam válidas, desde que previamente aprovadas pela Agência.
A decisão foi estudada e implementada pela Superintendência de Serviços de Transporte Rodoviário e Multimodal de Cargas da ANTT (SUROC), abrindo caminho para a inclusão de novas tecnologias e modelos operacionais no futuro, sempre sob análise e autorização da Agência.
Na prática, a mudança significa mais eficiência no transporte rodoviário de cargas, menor risco de irregularidades e a garantia de que o Vale-Pedágio Obrigatório — direito conquistado pelos transportadores — será cumprido com maior clareza, segurança e transparência.
Fonte: ANTT
Transportadoras apostam em valorização profissional para superar falta de motoristas
Notícias 01 de setembro de 2025
Realidade incontestável no transporte rodoviário de cargas brasileiro, a crescente falta de motoristas profissionais segue desafiando dia após dia as transportadoras e refletindo na economia nacional. Dados recentes da Secretaria Nacional de Trânsito (SENATRAN) revelam que, somente nos últimos 10 anos, o país perdeu 1,1 milhão de caminhoneiros. Além disso, apenas 4% dos atuais motoristas profissionais possuem menos de 30 anos.
A crescente escassez de mão de obra no transporte rodoviário de cargas, setor responsável por movimentar mais de 65% de tudo aquilo que é produzido no país, segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT), é justificada pelas condições desafiadoras de trabalho nas estradas brasileiras, com infraestrutura precária, longas jornadas, insegurança e riscos de acidentes e roubos, além do envelhecimento da atual força de trabalho. Todos esses fatores têm acendido um alerta nas transportadoras do país.
Para Gislaine Zorzin, diretora administrativa e de novos negócios da Zorzin Logística e diretora institucional da Associação Brasileira de Transportes e Logística de Produtos Perigosos (ABTLP), a retenção de motoristas está ligada diretamente às oportunidades e aos cuidados que a empresa promove para valorizar de fato os profissionais e fomentar a confiança entre empresa e colaborador.
“A valorização do motorista deve ser um dos pilares centrais de qualquer empresa do setor. Para isso, pensamos em ações que realmente promovam a diferença para esses profissionais, que vão desde a oferta de oportunidades e treinamentos internos contínuos até iniciativas voltadas ao bem-estar, onde buscamos manter uma comunicação aberta e transparente tanto com os motoristas quanto com seus familiares, inclusive promovendo encontros periódicos para fortalecer esse vínculo, que é muito importante”, afirma a diretora.
Para as empresas se manterem estáveis diante desse desafio, oferecer um diferencial atrativo para o mercado se mostra parte essencial para ampliar sua competitividade e conquistar novos perfis profissionais e a retenção do seu quadro de colaboradores.
“Nós cultivamos, de fato, uma cultura de pertencimento na Zorzin. Estamos constantemente pensando e desenvolvendo ações voltadas ao bem-estar dos motoristas, porque reconhecemos que a profissão exige um esforço físico e mental significativo. Apoiamos ativamente as mulheres que sonham em ingressar na profissão, por meio de incentivos e apoio a projetos que fomentem a presença feminina no setor. Além disso, quando um colaborador demonstra interesse em ampliar sua qualificação, como acrescentar uma nova categoria à habilitação, buscamos viabilizar esse desenvolvimento”, destaca Gislaine Zorzin.
O enfrentamento desse desafio precisa acontecer de forma coletiva, unindo esforços para fortalecer a pauta da profissão. Isso inclui a promoção de programas de formação, qualificação e iniciativas que valorizem o motorista junto à sociedade. Ao mesmo tempo, o papel das empresas é indispensável: oferecer condições dignas de trabalho, remuneração justa e um ambiente que estimule o desenvolvimento contínuo.
“A escassez de motoristas é um desafio para todos nós, do setor. As entidades já trabalham ativamente para intensificar essa pauta, além de atuar na valorização da profissão junto à sociedade. Já as empresas devem oferecer melhores condições de trabalho, remuneração justa e um ambiente que promova dignidade e desenvolvimento. Somente com um esforço conjunto conseguiremos tornar o setor mais atrativo, especialmente para as novas gerações”, finaliza a executiva.
Fonte: Caminhões e Carretas
CNT defende alinhamento entre regulação e incentivos para escalar adoção de tecnologias limpas no transporte
Notícias 29 de agosto de 2025
A CNT (Confederação Nacional do Transporte) reforçou, nessa quarta-feira (27), a necessidade de alinhamento entre os instrumentos de incentivo para viabilizar o uso de tecnologias limpas no setor de transporte e as leis que regram a descarbonização. A defesa foi feita pela gerente executiva Ambiental da entidade, Érica Marcos, durante a Mesa Setorial de Transportes do evento Energy Day: Caminhos setoriais para uma transição energética justa.).
O encontro reuniu autoridades e especialistas para discutir os caminhos da descarbonização da economia em diferentes setores produtivos no Brasil. No painel dedicado ao transporte, moderado por Guilherme Dantas, pesquisador sênior no Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais), participaram também o embaixador Michel Arslanian Neto, representante do Brasil no Conselho da ICAO (Organização da Aviação Civil Internacional), e Tiago Ferreira, chefe de Logística e Transporte no BNDES.
Representando a CNT, Érica Marcos destacou que as fontes energéticas alternativas – como biocombustíveis de nova geração e eletrificação veicular – levam à segurança energética e ao potencial de redução da dependência de fontes fósseis. No entanto, ressaltou que a adoção em larga dessas tecnologias só será possível se houver investimentos em infraestrutura, segurança regulatória e, sobretudo incentivos para acessibilidade econômica.
“As alternativas energéticas são promissoras e têm o potencial de inovar o parque tecnológico do setor transportador. Mas, para se tornarem realidade no Brasil, é fundamental que a regulação caminhe junto às políticas de incentivo”, afirmou.
Além do transporte, o Energy Day contou com debates sobre a transição justa e a pobreza energética na América Latina. O evento foi promovido pelo Cebri e integra o PTE (Programa de Transição Energética), que reúne instituições como BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), em busca de soluções para acelerar a transição energética no continente.
Por Agência CNT Transporte Atual
Brasil lidera debates no Mercosul sobre segurança no transporte de produtos perigosos
Notícias 29 de agosto de 2025
Foz do Iguaçu sediou, na terça-feira, 26 de agosto, o 1º Seminário Internacional sobre Transporte Terrestre de Produtos Perigosos, coordenado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF). O encontro reuniu cerca de 90 participantes, entre presenciais e virtuais, e contou com delegações de todos os países do Mercosul, além do Chile. O objetivo foi ampliar o nível técnico das discussões e alinhar normas de segurança que entrarão em vigor em 2026.
Realizado no auditório da Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu (ACIFI), o seminário contou com a participação presencial de representantes do Brasil, Paraguai, Uruguai e Chile, enquanto Argentina e Bolívia se fizeram presentes de forma virtual. Também marcaram presença órgãos públicos, instituições de ensino, entidades setoriais como ABTI (Associação Brasileira de Transportadores Internacionais) e SINDIFOZ (Sindicato dos Transportadores Rodoviários de Foz do Iguaçu e Região), além de representantes do setor privado.
A coordenação do encontro esteve sob responsabilidade de Cálicles Mânica, Coordenador-Geral de Relações Internacionais da Assessoria Especial de Relações Institucionais, Internacionais e de Comunicação (AESRIC) da ANTT. Para ele, o seminário consolidou o papel do Brasil como referência técnica no bloco. “Este foi um oferecimento do Brasil aos países vizinhos no âmbito da Comissão Técnica do SGT nº 5, durante nossa presidência pro tempore. Foi uma oportunidade de compartilhar nosso conhecimento e de elevar o nível de preparo de todos os países envolvidos”, destacou.
Um dos momentos de maior destaque foi a apresentação conduzida por Maycon Casal, da Coordenação de Transporte Rodoviário Internacional de Cargas da ANTT, em parceria com Fabiano dos Santos Goia, Policial Rodoviário Federal. A exposição trouxe contribuições práticas sobre regulação, fiscalização e normas técnicas aplicadas ao transporte de cargas perigosas. “Avançar em regras comuns significa salvar vidas, proteger o meio ambiente e dar mais confiabilidade às operações logísticas”, ressaltou Maycon.
O seminário também marcou um compromisso importante: a partir de 1º de janeiro de 2026, todos os países do Mercosul deverão adotar a norma mais recente sobre produtos perigosos. A decisão reforça a harmonização regulatória, aumenta a segurança viária e ambiental e dá maior previsibilidade às operações regionais. O sucesso do evento foi reconhecido por todas as delegações, que elogiaram a iniciativa brasileira e solicitaram que uma nova etapa seja realizada durante a próxima reunião ordinária do SGT nº 5, em Brasília.
Na quarta-feira (27/8), também em Foz do Iguaçu, começou a VII Reunião Ordinária da Comissão Técnica do SGT nº 5 – Transporte do Mercosul, dando continuidade à agenda internacional. Com a coordenação da ANTT, o seminário reafirma o protagonismo do Brasil na integração regional, na difusão de conhecimento técnico e no fortalecimento da segurança do transporte de produtos perigosos em toda a malha logística sul-americana.
Fonte: ANTT
Mercado de seminovos retoma a normalidade dos preços pré-pandemia
Notícias 28 de agosto de 2025
Cinco anos depois da eclosão da pandemia da Covid-19 no Brasil e no mundo, o mercado de veículos comerciais seminovos volta à normalidade, ao acusar uma depreciação média de preços de 20,15%, no período de dois anos, tecnicamente empatada com os 20,71% registrados no ano de 2020. Foi o que apontou o estudo de Frota&Cia que serviu de base para a indicação dos ganhadores do Prêmio Campeão de Revenda 2025, promovido pela publicação.
A super valorização dos caminhões e utilitários oferecidos no país, sejam novos ou usados, que marcou o período de 2021 a 2023, foi consequência de dois fenômenos principais. Primeiro, a própria pandemia, que provocou um enorme desarranjo nas cadeias mundiais de suprimentos, impossibilitando as montadoras de veículos de atender à demanda. Depois, a entrada em vigor da norma Euro 6, que trouxe consigo um forte aumento nos preços dos veículos comerciais 0 km. Tal fato levou os transportadores a investir na compra antecipada de veículos Euro 5 ou então de seminovos. Agora, com o mercado mais normalizado, os preços retornam aos patamares históricos. Pelo menos no segmento de usados.
Ranking por categoria e marca
Tal realidade pode ser expressa em números, como revelam as tabelas abaixo, que mostram as variações de preços no biênio 2023/2025, apuradas por Frota&Cia, a partir das informações públicas da Tabela Fipe. Enquanto os valores médios dos veículos utilitários seminovos acusaram uma valorização de 1,55% no ano retrasado, em 2025, o indicador ficou negativo ao registrar 16,46% de depreciação. O mesmo ocorreu com os caminhões que, mesmo após dois de uso acusaram variação de preços 2,33% superiores ao veículo 0 km adquirido em 2022. E, agora, voltam às médias históricas, com 22,69% de depreciação.
O levantamento de Frota&Cia mostrou, ainda, as categorias de caminhões e utilitários que acusaram menor desvalorização de preços no período de dois anos. No caso dos primeiros, os veículos semileves, com PBT de 3,5 a 6 toneladas, registraram uma desvalorização de 15,07%, enquanto os caminhões pesados de 400 a 500 cv de potência acusaram uma baixa de 22,69% nos preços dos seminovos. Já no caso dos utilitários, as camionetas de carga tiveram menor depreciação (-11,59), seguida dos minibus, furgões e furgonetas de carga.
Na avaliação por fabricante, a Kia foi a marca que sofreu menor desvalorização (-4,04%) no mercado de utilitários, enquanto a Iveco registrou a maior queda de valor no segmento, com 22,05%. Por sua vez, a Mercedes-Benz Cars&Vans, fabricante da Sprinter, mostrou um recuo de apenas 1,74% nos preços de seus modelos voltados para o mercado de caminhões, enquanto a DAF foi a que mais sofreu, ao apontar uma depreciação de 35,08% nos preços de seminovos da marca.
Em 2025, o estudo de Frota&Cia avaliou o comportamento de preços de exatos 22 veículos utilitários e 67 caminhões seminovos, mais comercializados no mercado brasileiro. A avaliação comparou a média de preços dos veículos 0 km comercializados no segundo trimestre de 2023, ante os preços informados dos mesmos modelos no segundo trimestre de 2025, portanto com dois anos de uso. No esforço de garantir o máximo de transparência ao trabalho, o estudo levou em conta as informações disponíveis na Tabela Fipe, produzida pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, vinculada à Universidade de São Paulo, o mais importante e confiável indicador de preços de veículos novos e usados do país, disponível na internet.
Fonte: Frota&Cia
Decisão de alteração do biocombustível é questionada pelo Setcemg
Notícias 27 de agosto de 2025
Desde o dia 1º de agosto, o Brasil aumentou a mistura obrigatória de biocombustíveis nos combustíveis. O teor de etanol anidro na gasolina subiu de 27% para 30% (E30), enquanto a mistura de biodiesel no diesel passou de 14% para 15% (B15). A justificativa é a diminuição da dependência do país de combustíveis importados e a redução dos impactos com futuras altas de petróleo, além da questão ambiental. Entretanto, o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg), Antonio Luis da Silva Júnior, avaliou que a decisão foi mais política do que técnica.
Em visita ao jornal Diário do Comércio na segunda-feira (25), Silva Júnior afirmou que a decisão atendeu a um lobby da agricultura para incentivar o setor. Segundo ele, o setor de transporte, entretanto, está tendo problema com o combustível alterado, uma vez que entope os bicos de injeção dos motores, aumenta a manutenção e onera os custos.
Além disso, Silva Júnior alertou para um problema que ninguém atentou. Segundo ele, o diesel com maior participação de biodiesel não é um problema se o consumo for imediato. “O problema é quando você armazena”, disse.
Ele explicou que, diferentemente do combustível tradicional, o atual, que é feito de matéria orgânica, decanta, cria uma gelatina e gera um resíduo que estraga e apodrece, afetando o motor. “É um problema para quem usa gerador, como os hospitais, por exemplo. Não usa toda hora, daí ele estraga e apodrece. Ou para caminhões que ficam parados”, afirmou.
No setor de transporte, caminhões que trocavam filtro após rodar 30 mil quilômetros passaram a fazer a substituição após 8 mil a 10 mil km. “O filtro fica cheio de gordura. Problema que é pior quando o biodiesel é de origem animal. Ele cria um sebo que decanta e entope todas as partes da injeção”, disse.
Apesar de considerar uma medida bem intencionada, ele avalia que não foram analisados todos os efeitos. “É preciso pensar em todos. Não adianta tomar uma boa decisão aqui e esquecer do outro lado”, destacou.
Renovação de frota não está acontecendo no ritmo que deveria
O setor de transporte de cargas e logística de Minas Gerais conteve os investimentos após o tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos brasileiros, segundo o presidente do Setcemg. Conforme o gestor, Minas Gerais não deve sofrer grandes impactos diretos, mas a negociação é crucial para o desenvolvimento da economia que opera em cadeia e precisa de convergência.
“Nós sentimos, sim, uma desmotivação em investir. Está todo mundo com o pé atrás e esperando uma decisão. Acredito que vá haver uma negociação. Não dá para ficar nessa ideologia besta de querer que o Brasil pague a conta”, disse Silva Júnior.
Ele lembrou que o efeito é em cascata. “Se você deixa de exportar, você deixa de ter transporte, você deixa de ter vendas de insumos”, ressaltou. Mas, na avaliação do presidente do Setcemg, o impacto em Minas Gerais será pequeno. “É tudo uma cadeia, mas Minas terá um impacto pequeno porque o mercado absorve o café rapidamente. Mas para outros, como a indústria moveleira, não tem jeito. Afeta a economia como um todo: em termos de investimentos, de credibilidade no país, de movimentação da economia”, afirmou.
Para Silva Júnior, o empresariado e a sociedade civil já estão procurando alternativas. “O agro mineiro, o café mineiro, o vinho mineiro, que está começando a virar uma indústria, e o minério estão trabalhando além do governo e tocando os negócios”, disse.
Porém, o presidente do Setcemg pontuou que o mercado financeiro do mundo ainda gira em torno dos Estados Unidos e, caso não haja uma negociação, o impacto maior que pode haver é no mercado financeiro. “O Brasil não tem capital, o dinheiro de fora é importante para nós. O empresário precisa do dinheiro do exterior”, argumentou.
Na avaliação dele, é preciso esquecer o governo e seguir em frente. “É mais difícil, mais duro, falta recurso, os juros estão altos e caros no Brasil ,e isso independentemente do tarifaço. O que não pode é criar mais problemas econômicos. Aí complica muito”, advertiu.
Em função desse cenário, Silva Júnior entende que a renovação de frota está mais lenta e aquém da velocidade que deveria acontecer. “Entretanto, nós vamos continuar tendo a necessidade de renovar, o problema é que o caminhão novo está muito caro, os juros estão muito altos e as condições de pagamento ruins. Não estamos conseguindo renovar no ritmo que precisávamos. Está existindo uma renovação, mas num ritmo mais lento do que deveria”, afirmou.
Presidente do Setcemg defende que mão de obra existe, mas está cara
Assim como ocorre em outros setores, o presidente do Setcemg afirmou que a mão de obra é um ponto sensível para o setor de transporte. Entretanto, na visão dele, o problema não é a carência e, sim, a remuneração inadequada. “O setor não tem margem para pagar um salário maior, e o motorista acaba preferindo ficar no Bolsa Família, nos bicos e nos aplicativos”, explicou.
Segundo Silva Júnior, o setor é carente de motoristas, ajudantes de carga, operadores de britadeira porque as empresas não têm preço para competir com outros setores. “Não adianta eu querer um ajudante de carga para descarregar o caminhão, pagar R$ 2 mil, se ele consegue isso tomando conta de carro na rua. Eu escuto isso todos os dias, e é uma verdade”, comentou.
Na avaliação do dirigente, é preciso que todos pensem os problemas de forma integrada. “Não adianta uma indústria produzir muito se ele não tiver transporte. E não adianta o transporte criar uma estrutura boa se não tiver quem produz. Ou o agro não ter corredor de exportação”, questionou.
Na visão do presidente da entidade, é preciso aproveitar a crise para gerar a oportunidade. “Quem pensa isolado está morto. Hoje, no mundo, nós temos que pensar que estamos todos interligados”, avaliou.
Integração com ferrovias já acontece no setor há mais de uma década
O que poderia ser uma solução para a maior fluidez do transporte de cargas já acontece há décadas no setor, porém de forma insuficiente. A integração entre rodovias e ferrovias é uma realidade no Estado e no País há mais de dez anos, mas precisaria de mais investimentos uma vez que a existente não é suficiente para aliviar o tráfego nas rodovias.
De acordo com o presidente do Setcemg, há, em Minas Gerais, empresas de transporte e logística que operam em multimodalidade (multimodality) e possuem centros integrados de distribuição. “O problema é que os investimentos ferroviários no Brasil, ao longo da história, foram e são pequenos. Investimentos em ferrovias, diferentemente do rodoviário, não é um negócio que se abre uma estrada e que funciona amanhã. É uma questão de política de estado e não de governo. E nós, no Brasil, não temos política de estado”, afirmou.
Segundo o presidente, os chefes do Executivo, seja nas esferas estaduais ou federal, querem mostrar resultados e preferem abrir uma rodovia do que ampliar os investimentos em ferrovias a médio e longo prazo. “Ele não quer que outro governo ganhe o crédito. São coisas de longo prazo, demanda investimento, licenciamento ambiental, obras longas. Planejar uma ferrovia demanda planejamento de dez anos para frente”, ponderou.
O investimento no setor que poderia ser considerado “concorrente” não assusta o dirigente. Pelo contrário, integra e complementa. “O crescimento do país está tão grande e à frente que, se a gente fizer medidas agora para aumentar as ferrovias, quando elas estiverem prontas e funcionando, não serão suficientes para o crescimento que já teve. Ou seja, nós estamos sempre um passo atrás”, alertou.
Na visão dele, se houvesse uma política de estado empenhada em sair do modal rodoviário, que hoje é responsável por 65% para 50%, e dividir com o setor ferroviário nos próximos 50 anos, isso teria que ser planejado agora para ser executado ao longo de 15 a 20 anos.
Fonte: Diário do Comércio
Hoje, em São Paulo, acontece o 2º Encontro Nacional de Segurança no Transporte Rodoviário de Cargas
Notícias 27 de agosto de 2025
A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) promove nesta quarta-feira, 27 de agosto de 2025, em sua subsede em São Paulo, a segunda edição do Encontro Nacional de Segurança no Transporte Rodoviário de Cargas (TRC), que tem como tema “Atos de Interferência Ilícita contra o Modal Rodoviário – Veículos e Cargas”. O evento reúne empresários, executivos, representantes de entidades setoriais, autoridades públicas e forças de segurança para debater estratégias de enfrentamento aos crimes que ameaçam a cadeia logística nacional.
A programação conta com painéis temáticos, discussões técnicas, apresentação de soluções tecnológicas e um espaço de integração entre os setores público e privado, com foco na prevenção e combate ao roubo, furto e receptação de cargas. Os debates buscam compreender a atuação das organizações criminosas e propor estratégias que fortaleçam a segurança no transporte, protegendo a economia e a sociedade brasileiras.
Segundo o Diagnóstico Nacional do Roubo de Cargas, desenvolvido pela Assessoria de Segurança da NTC&Logística, o Brasil registrou 10.193 ocorrências de roubos de carga em 2024, uma média de 28 casos por dia. Sete estados concentraram 93% das ocorrências: São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo e Goiás. O levantamento ainda aponta que mais de 88% das cargas subtraídas não são recuperadas, reforçando a urgência de medidas efetivas contra a receptação, crime que sustenta a continuidade das ações ilícitas.
Desde 1998, a NTC&Logística, por meio de sua Assessoria de Segurança, desenvolve ações permanentes voltadas ao combate aos crimes contra o TRC, promovendo estudos técnicos, propostas legislativas e articulações institucionais. A entidade destaca a importância de alinhar esforços entre empresas, autoridades e sociedade, priorizando a proteção da vida, da carga e da infraestrutura logística.
O encontro de hoje reforça esse compromisso e marca um importante passo na construção de soluções conjuntas para um setor mais seguro e resiliente.
Confira a Programação
8h | CREDENCIAMENTO
8h30 às 9h | ABERTURA INSTITUCIONAL
9h às 11h | PAINEL 1: PANORAMA ATUAL DOS CRIMES CONTRA O TRANSPORTE RODOVIÁRIO
l Furto e Roubo de Carga – 2024
Palestrante: Dr. Waldomiro Milanesi – Delegado de Polícia e Especialista em Segurança
Integração, Cooperação e Conhecimento entre os Órgãos de Segurança Pública
Palestrante: Dr. Djalma Moreira Gomes, Juiz de Direito do Estado de São Paulo
l Política Nacional de Repressão ao Furto e Roubo de Veículos e Cargas: Avanços e Desafios | Estatísticas e Tendências dos Crimes contra o TRC no Brasil
Palestrante: Dr. Antonio Fernando S. Oliveira – Diretor-Geral da Polícia Rodoviária Federal
l Novas Modalidades Criminosas e Desafios Emergentes – Crime Organizado
l Palestrante: Dr. Renato dos Santos Gama, Promotor de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo – Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) – Núcleo de Santos
11h às 12h | PAINEL 2: ASPECTOS JURÍDICOS E REGULATÓRIOS
l Legislação Aplicável e sua Efetividade no Combate aos Crimes contra o Transporte
Palestrante: Dr. Marcos Aurélio Ribeiro, Diretor Jurídico da NTC&Logística
l Impactos Econômicos e Operacionais dos Crimes no Setor de Transporte
Palestrante: Engenheiro Lauro Valdivia, Assessor Técnico da NTC&Logística
12h às 13h | PAINEL 3: TECNOLOGIA E COMÉRCIO ILEGAL DE PEÇAS E RECEPTAÇÃO
l O Papel das Plataformas de E-commerce no Combate à Receptação
Palestrante: Adriano Mizuguti, Security Manager do Mercado Livre
l Tecnologia a Serviço da Segurança: Rastreabilidade e Gestão de Riscos de Riscos no Transporte
Palestrante: Ricardo Miranda, Presidente do Grupo PAMCARY
l A Ação Criminosa Organizada e o Mercado Ilegal
Palestrante: Dr. Edson Vismona, Presidente-Executivo do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial – ETCO
13h30min | Encerramento e Brunch
Realização
l NTC&Logística – Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística
Patrocínio
l ROADCARD
l SICREDI
Apoio Institucional
l Sistema Transporte – Confederação Nacional do Transporte – CNT / Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte – SEST SENAT / Instituto de Transporte e Logística – ITL
l FuMTran – Fundação Memória do Transporte
l ABTLP – Associação Brasileira de Transporte e Logística de Produtos Perigosos
l FETCESP – Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo
l SETCESP – Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região
l SINDIPESA – Sindicato Nacional das Empresas de Transporte e Movimentação de Cargas Pesadas e Excepcionais
Fonte: NTC&Logística
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